sábado, 29 de outubro de 2011

«Governo está a promover um plano macabro de liquidação do país» - Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP acusou hoje o Governo de promover um "plano macabro de liquidação do país", questionando porque é que, ao comparar Portugal com países sem 13.º e 14.º meses, os governantes omitem que aí também se ganha mais.

Num comício com mais de 200 militantes, na Escola EB 2,3 António Dias Simões, em Ovar, Jerónimo de Sousa referiu-se a declarações públicas do primeiro-ministro e do ministro dos Assuntos Parlamentares para afirmar que esses, ao cortarem o 13.º e o 14.º meses à Administração Pública, "estão a levar a cabo o seu plano macabro, que é o da liquidação do país".

"Estão sempre, sempre, sempre a fazer comparações com outros países em que não há 13.º e 14.º meses", observou o líder dos comunistas. "Mas então por que carga de água é que não comparam também os salários e as condições de vida desses países?".

Jerónimo de Sousa considera que os "planos tenebrosos" do Governo passam também por usar essa "tática do 13.º e 14.º meses" para "criar divisões entre os trabalhadores", de acordo com uma política que "é o afundar do país no pântano e o afundar dos portugueses num mar imenso de injustiças".

Sobre as declarações de Passos Coelho admitindo que o país teria que empobrecer para superar a situação em que se encontra atualmente, o secretário-geral do PCP declarou: "O Primeiro-Ministro de Portugal assumir como objetivo o empobrecimento do povo é de uma desfaçatez e gravidade inaceitável".

Jerónimo de Sousa rejeita a ideia de que o povo vive acima das suas possibilidades, defende que o Governo "alimenta essa mentira e a repete até à exaustão sabendo que quem vive nessa situação é uma centena de famílias ligadas aos grandes grupos económicos e à banca", e critica por isso um empobrecimento nacional que prejudica sobretudo os cerca de dois milhões de trabalhadores que "são pobres ou vivem em risco de pobreza".

No mesmo contexto, o líder comunista lamenta que "das conclusões do conselho europeu e da cimeira da zona euro conste, esta semana, a ameaça a de novas medidas de austeridade para Portugal". "Há aqui uma sofreguidão insaciável", realça. "Nem uma medida se vislumbra para dinamizar a economia ou promover o emprego, como se impunha".

"Antes vimos apenas a decisão de aprovar um milionário programa de recapitalização do sistema bancário a par do reforço do Fundo Europeu de Estabilização Financeira", continua Jerónimo de Sousa, "o que representa, no essencial, a transferência por via direta ou indirecta de colossais montantes de dinheiros públicos para a banca - transformada num deus que aplaca a sua ira com sacrifícios de sangue e de vidas".

Visto em "A Bola"

1 Comentário:

Anónimo disse...

Certo, nesses países ganha-se mais, mas também se trabalha mais, muito mais... Gostava de ver um trabalhador da câmara, daqueles que cumprem, mal, duas horas efectivas de trabalho por dia, a fazerem essa vidinha na Holanda ou na Alemanha.

Enviar um comentário

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO