sábado, 27 de março de 2010

A vitória de Pedro Passos Coelho


Cartoon de kaosinthegarden

"A grande derrotada foi Manuela Ferreira Leite que foi incapaz de manter a distância e se não disse quem apoiava, disse claramente quem não queria ver vencer as directas ao sugerir aos militantes que não votassem pelo aspecto. Depois de ter saneado Pedro Passos Coelho das listas de candidatos a deputados resta agora a Manuela Ferreira Leite ser coerente e abdicar do seu estatuto de deputada, alguém que usa o estatuto de líder para sanear os adversários deve ter a dignidade de abandonar o parlamento quando esses adversários a substituem na liderança.

Outro grande derrotado nestas directas foi Alberto João Jardim que apostou tudo em Paulo Rangel depois de ter aproveitado um discurso mal escrito para fazer uma cena pouco elegante no congresso. Mas com a postura habitual de Alberto João é mais fácil ter um candidato que não se aprecia, até porque o líder do PSD madeirense está agora mais interessado no seu namoro com Sócrates.

A vitória de Pedro Passos Coelho significa que os militantes do PSD continuam em busca da poção mágica ou da arca perdida onde está a chave do poder, depois de imitarem o PS com a adopção das directas como método de escolha da liderança foram votar num candidato cuja grande qualidade parece ser as semelhanças com José Sócrates. A vitória de Pedro Passos Coelho acaba por ser a vitória de José Sócrates.

Com a saída de Ferreira Leite é um aposentado na liderança de um grande partido, se não fosse a tradição geriátrica do PCP os grandes partidos teriam acertado o passo com este século. É evidente que pode-se ser jovem com muita idade, assim como pode suceder o inverso de que Paulo Rangel, o candidato do cavaquismo oficial à liderança do PSD tem todo o ar de já ter nascido velho e candidatou-se com o estatuto de Manuela Ferreira Leite de calças e sem a posta do meio.

Pedro Passos Coelho representa uma grande inovação na forma de ascender na vida política, é o primeiro líder político patrocinado, neste caso por Ângelo Correia. Talvez não seja o primeiro nestas circunstâncias, nos seus antecessores havia quem tivesse sido patrocinado por um grande banco, mas soube disfarçar melhor."
Blogue "O jumento"

1 Comentário:

Anónimo disse...

Cá no nosso burgo o líder informal do PSD, Dr. Costa da Silva, como homem livre, aconselhou os militantes da concelhia a votarem no derrotado Dr. Paulo Rangel.

Como político, formado na escola da JSD, após a desaire do seu candidato, soprará mensagem para Coelho ouvir, afirmando em conversa repetida, vezes sem conta em iguais ocasiões de prestação de vassalagem, que acabada a refrega, todos estão comungando as ideias do novo Presidente.

Nestas alturas fica sempre bem dizer: se a maioria dos militantes assim o decidiu, será o melhor para o PSD e para o País.
Nunca se esquecem de falar no País, todos falam no País, arrotam País, País para a esquerda, País para a direita.

Mas este discurso de circunstância, não esconde os interesses pessoais, logo que a oportunidade surge, assaltam o filão do orçamento de estado.

Costa da Silva não quer assumir cargos de relevância política no concelho, o concelho não tem vista para o mar.
Afinal não faltou à verdade, mas a convite do Dr. João Cordovil, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, parece que vai ser nomeado seu assessor.

Estes casamentos por “amor” ou “conveniência”, mais vulgares entre famílias do bloco central (PS/PSD), vão minando a confiança dos respectivos militantes de base e dos cidadãos em geral.

Dirão uns que a competência técnica do Costa da Silva, ditou a escolha do presidente Cordovil.
Dirão outros, os mais desconfiados, que se trata de um “negócio” bem pensado.
O PSD mais tarde ou mais cedo será governo e, nessa altura, o Dr. Costa da Silva retribuirá idêntico favor ao seu amigo Cordovil.

Se estamos assistindo a um casamento de circunstância, surge de repente um obstáculo para este “casal”, com a eleição do novo líder do PSD, Passos Coelho.
Apesar da conversa do novo líder do PSD, para inglês ouvir, da necessidade do partido estar coeso para derrubar o governo Sócrates, Passos Coelho se assumir o poder espezinhará o contrato do negócio agora feito entre Cordovil e Silva.

É sempre assim, mais cedo ou mais tarde, sem dó nem piedade, na altura apropriada, o acerto de contas entre grupos de interesse germinado no interior dos partidos dará brado, é uma questão de oportunidade.
Mas, enquanto isso ciclicamente vai acontecendo o País definha

Se Passos Coelho for primeiro-ministro, uma das inevitáveis favas sairá ao Costa da Silva.

V.P.C.

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