A vitória de Pedro Passos Coelho
A vitória de Pedro Passos Coelho significa que os militantes do PSD continuam em busca da poção mágica ou da arca perdida onde está a chave do poder, depois de imitarem o PS com a adopção das directas como método de escolha da liderança foram votar num candidato cuja grande qualidade parece ser as semelhanças com José Sócrates. A vitória de Pedro Passos Coelho acaba por ser a vitória de José Sócrates.
Com a saída de Ferreira Leite é um aposentado na liderança de um grande partido, se não fosse a tradição geriátrica do PCP os grandes partidos teriam acertado o passo com este século. É evidente que pode-se ser jovem com muita idade, assim como pode suceder o inverso de que Paulo Rangel, o candidato do cavaquismo oficial à liderança do PSD tem todo o ar de já ter nascido velho e candidatou-se com o estatuto de Manuela Ferreira Leite de calças e sem a posta do meio.
Pedro Passos Coelho representa uma grande inovação na forma de ascender na vida política, é o primeiro líder político patrocinado, neste caso por Ângelo Correia. Talvez não seja o primeiro nestas circunstâncias, nos seus antecessores havia quem tivesse sido patrocinado por um grande banco, mas soube disfarçar melhor."
1 Comentário:
Cá no nosso burgo o líder informal do PSD, Dr. Costa da Silva, como homem livre, aconselhou os militantes da concelhia a votarem no derrotado Dr. Paulo Rangel.
Como político, formado na escola da JSD, após a desaire do seu candidato, soprará mensagem para Coelho ouvir, afirmando em conversa repetida, vezes sem conta em iguais ocasiões de prestação de vassalagem, que acabada a refrega, todos estão comungando as ideias do novo Presidente.
Nestas alturas fica sempre bem dizer: se a maioria dos militantes assim o decidiu, será o melhor para o PSD e para o País.
Nunca se esquecem de falar no País, todos falam no País, arrotam País, País para a esquerda, País para a direita.
Mas este discurso de circunstância, não esconde os interesses pessoais, logo que a oportunidade surge, assaltam o filão do orçamento de estado.
Costa da Silva não quer assumir cargos de relevância política no concelho, o concelho não tem vista para o mar.
Afinal não faltou à verdade, mas a convite do Dr. João Cordovil, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, parece que vai ser nomeado seu assessor.
Estes casamentos por “amor” ou “conveniência”, mais vulgares entre famílias do bloco central (PS/PSD), vão minando a confiança dos respectivos militantes de base e dos cidadãos em geral.
Dirão uns que a competência técnica do Costa da Silva, ditou a escolha do presidente Cordovil.
Dirão outros, os mais desconfiados, que se trata de um “negócio” bem pensado.
O PSD mais tarde ou mais cedo será governo e, nessa altura, o Dr. Costa da Silva retribuirá idêntico favor ao seu amigo Cordovil.
Se estamos assistindo a um casamento de circunstância, surge de repente um obstáculo para este “casal”, com a eleição do novo líder do PSD, Passos Coelho.
Apesar da conversa do novo líder do PSD, para inglês ouvir, da necessidade do partido estar coeso para derrubar o governo Sócrates, Passos Coelho se assumir o poder espezinhará o contrato do negócio agora feito entre Cordovil e Silva.
É sempre assim, mais cedo ou mais tarde, sem dó nem piedade, na altura apropriada, o acerto de contas entre grupos de interesse germinado no interior dos partidos dará brado, é uma questão de oportunidade.
Mas, enquanto isso ciclicamente vai acontecendo o País definha
Se Passos Coelho for primeiro-ministro, uma das inevitáveis favas sairá ao Costa da Silva.
V.P.C.
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