Polícia cubana reprime manifestação
Havana, 16 de Março de 2010:
O grupo de 30 mulheres realizava uma manifestação no bairro de Párraga, no sudoeste de Havana, quando foram confrontadas por, ao menos, 300 partidários do regime cubano e obrigadas pela Polícia feminina a subir para os autocarros. O protesto lembrava o sétimo aniversário da prisão em massa de seus 75 familiares em 2003.
À frente do grupo estava Reyna Luisa Tamayo, mãe de Orlando Zapata, o preso político que morreu em 23 de fevereiro depois de dois meses e meio de greve de fome, para exigir melhores condições na prisão. "Liberdade" e "Zapata vive", gritavam as mulheres.
"Estamos em uma manifestação pacífica e não vamos entrar em um ônibus do governo que mantém nossos familiares presos há sete anos", afirmou Laura Pollán, líder do grupo, pouco antes de ser obrigada a entrar no veículo.
Os partidários do regime cubano repudiaram as mulheres, que iniciaram sua jornada de preces em um templo católico da região e, ao que parece, tentavam visitar o dissidente Orlando Fundora, um dos 75 presos de 2003, libertado por motivos de saúde.
"Vermes, saiam daqui. Viva Fidel! Viva Raul!", gritavam os partidários do ex-presidente Fidel Castro e do atual presidente, Raúl Castro, os únicos líderes que Cuba teve desde a revolução comunista de 1959. "Nos trouxeram diretamente para a casa de Laura Pollán, arrastadas, mas estamos todas aqui e vamos continuar com os protestos, a não ser que sejamos presas", declarou, por telefone, a dama de branco Bertha Soler, depois de afirmar que "o governo está encurralado e, por isso, faz essas coisas".
"Quando um animal selvagem é confinado, faz isso e muito mais. Estamos prontas para tudo. Não temos medo", acrescentou Bertha.
O governo cubano acusou as Damas de Branco de serem "ponta de lança" da "política subversiva" dos Estados Unidos contra a ilha e de serem financiadas por Washington.
Cuba vem sendo condenada internacionalmente pela morte de Zapata e o tratamento de outro grevista, o jornalista dissidente Guillermo Fariñas, que chegou a ser internado"
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