domingo, 10 de julho de 2011
Esta foi a pior maneira de o novo Governo entrar em funções e começar a perceber o que é tentar governar num ambiente de crise terrível, interna e externa, com o país a viver dia a dia sob a ameaça do contágio grego, à mercê dos ataques especulativos das agências de notação e sob um fundo de paralisia, indecisão e irresponsabilidade de uma Europa onde estão de regresso todos os egoísmos nacionais.
Para aqueles que, ainda há pouco tempo, acolhiam com mal-disfarçada satisfação as notícias dos sucessivos downgradings que as agências nos aplicavam, vendo nisso mais um sinal da má governação de José Sócrates e Teixeira dos Santos; para aqueles que sustentavam que nada do que acontecia na cena internacional (nem a caminhada da Grécia para a falência nem a crise em Espanha, afectando o nosso mercado exportador) justificavam as dificuldades das contas públicas; para aqueles que achavam que para diminuir a despesa pública bastava fechar algumas dezenas ou centenas de organismos do Estado, desaparecendo também por magia os seus funcionários e respectivos custos; para aqueles que asseguravam que não era preciso pedir mais sacrifícios aos portugueses do que os que já constavam do PEC 3, aprovado em 2010; para aqueles que imaginaram que o pedido de ajuda externa tudo resolveria, eis uma amarga lição.
Mal apresentaram o programa, mal se apresentaram a Bruxelas e à troika, mal começaram a governar, e vem de lá a Moody’s (e a seguir a Fitch e a S&P) e diz o que pensa sobre os esforços do novo Governo: “lixo”.’
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10 Comentários:
Ora, lá vou eu comentar novamente. Apesar de tudo e porque sou uma pessoa de convicções, não nos partidos, mas nos projectos, dou sempre a cara quer na derrota quer na vitória, não me basta ficar a ver passar a procissão na esperança de me juntar se esta levar muita gente ou pelo contrario, de zombar dos crentes quando a procissão é pequena. Só ainda não me deu para ser abutre, ou necrófago se preferir. A vida está cheia de necrófagos, abutres, saca rabos e outros que tais, para minha pena está também cheia de indecisos decididos, lambões, oportunistas, enfim cidadãos disfarçados de papo-seco sem manteiga.
A coisa que mais me chateia no meio deste jogo da política é a politica da dúvida. O que se lê nesta crónica do Miguel (pessoa por quem tenho alguma amizade) não é mais do que o oportunismo do momento. Havia duas hipóteses, a primeira, para mim a mais honesta que viria na sequência natural das suas anteriores afirmações acerca do anterior governo e que poderia de alguma forma colocar o Miguel em sintonia com os portugueses, e a segunda, a mais fácil, a mais controversa, enfim, a que vende mais jornal. É natural que assim fosse, é realmente mais fácil estar na oposição do que fazer parte de um projecto. O projecto de Sócrates morreu à nascença, mas ninguém reparou, atrasou o país pelo menos uma década, criou desconfiança nos mercados, piorou as condições de vida dos portugueses, aumentou o desemprego, aumentou a criminalidade e os problemas sociais, enfim, criou um clima de desconfiança que se generalizou. O governo de Passos Coelho deu um pequeno passo e de repente parece que tudo isto é culpa dele.
Tentar encontrar crónicas deste tipo para de alguma forma se desculpar ou pior ainda, para de alguma forma alimentar o seu EGO de que as suas convicções eram as correctas, é um paradigma que um dia vamos perceber se estava certo ou errado. Espero que nesse dia tenha a honestidade de reconhecer o inevitável.
Este seria naturalmente o tempo daqueles que acreditam no seu país e não no seu governo/partido, mas a fractura é imensa. Dum lado o mundo empresarial, os trabalhadores, os recibos verdes, os cidadãos empreendedores e do outro os funcionários do emprego do estado. Daquele estado social que só funciona para quem não sente a obrigação de ter de o pagar sem dele poder usufruir. Este assunto teria pano para mangas e fica para outra ocasião.
Deixo aqui o mote ainda com base nos artigos que por aqui vêem sendo postados, o número 582 é de certa forma um número importante apesar de estar próximo do 689, não chega ao 839, mas faz muita diferença nas contas. Em relação ao movimento, aquele que juntou os dois para passar o último, finou-se, está enterradito foi substituído pelo estático momento da aparição do PS na câmara de Viana do Alentejo. Claro que tudo mudou. Eu que até apareço para meter conversa, não tenho o peso da senhora “EX” governadora civil, nem dos órgãos do partido Socialista, mas até voto cá e até era do grupo daqueles que tiveram ideias, que foram escritas num jornal e nuns blogues, que falavam da democratização dos sistemas, e do jogo limpo. Ideias em que acredito. Nisso, em equipas e em honestidade.
Ah e só para terminar, onde é que estava no dia 11 de Outubro de 2009?
deixo link para relembrar http://peixebanana1.wordpress.com/2009/10/12/primeiro-dia-da-primavera-11-10-2009/
Muito bem Luis, parece que esta gente instalada confortavelmente na camara, se esqueceram das mãos onde comeram. Já não se lembram da gestão participativa, nem de quem era bom antes nas ideias. Parece que agora sabem tudo, já não precisam de nada, nem de ouvir ninguem. Atacam o Passos Coelho, para se desculparem da miséria em que deixaram o país. Mas tenham calma, apesar da herança dificil vamos ver se temos ou não 1º ministro á altura. Irrita-me já ver o Cadugo do Mário Soares a dizer que este governo não dura 4 anos. Irrita-me que o meu dinehiro sirva para pagar a gente e mais gente que se instalou na camara para emperrar ainda mais o que já funcionava mal. mas as nossas opiniões não contam. Deixa estar, pode ser que quando contem seja tarde demais.
O peixe banana fala como se fosse o accionista maioritário dos votos que elegeram o Bengalinha.
Está muito enganado quanto ao que se passou no passado e no que se vai passar em 2013.
Toda a sua conversa e do outro que vem a seguir vai no mesmo sentido.
O que nós temos lido no seu blogue é um ziguezaguear de opiniões, muitas delas pouco solidárias com todos aqueles que trabalharam para que este projecto tivesse sucesso em 11 de Outubro de 2009.
Agora já não se pode falar do Passos Coelho, estamos novamente como no tempo do pensamento único.
Era o que faltava!
Chegue no Passos Coelho, força, ainda não percebi muito bem porquê mas chegue-lhe.
Em relação ao accionista dos votos do bengalinha, tenha lá calma, diga primeiro votos no movimento, depois lembre-se disso e depois diga o resto. Com toda a consideração que as pessoas em questão me merecem, esqueceram-se vezes demais e se me permitem, propositadamente.
Abraços para os vossos novos amigos.
Em 2013 vão todos juntos fazer uma bela campanha, que eu também.
"Em 2013 vão todos juntos fazer uma bela campanha, que eu também" Peixe Banana dixit.
Isto será um anuncio de candidatura?
Não me parece, acho que o Luis sem qualquer problema poderá dar a cara por uma equipa que ache justa. Ou o PSD pode apostar nele, porque não???
No Pêxe qualquer puta de cabaret pode apostar, nem que seja pela banana ( ou bananinha)! Até 2013 ele que frequente a estação das Alcaçovas, para se ir metendo no "metier"!
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