sexta-feira, 23 de março de 2012

A Direita no poder


Patrícia Melo, fotojornalista portuguesa da AFP, agredida por um agente policial durante a greve geral, em Lisboa. (Hugo Correia/Reuters)

Deixa-me ver se percebi. Um manifestante lança um petardo, coisa dos energúmenos das claques de futebol todos os fins-de-semana em todos os estádios sem que a polícia esteja para aí virada, e, de caminho, agride polícias [no plural], mas, em todos os jornais e em todas as televisões, só há imagens da carga da polícia de choque a varrer uma das ruas mais movimentadas da baixa comercial de Lisboa e uma esplanada de café pejada de perigosos turistas-manifestantes, e os únicos feridos são os jornalistas presentes para acompanhar o evento. Se nós não tivéssemos já tido a Direita no poder pelas mãos do PSD e do CDS, se não tivesse havido um ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, de seu nome Dias Loureiro, até aceitávamos a bondade da polícia comandada pelos seus descendentes.

Visto em "Der Terrorist"

3 Comentários:

Anónimo disse...

Omestre tem a memória curta ou não se lembra do tempo do Guterres ?

Anónimo disse...

No tempo do Guterres e também no de Sócrates a polícia nunca sovou manifestantes.

Pelo contrário, quem não se lembra da carga policial sobre manifestantes na ponte 25 de Abril, a mando de Dias Loureiro ministro no último governo de Cavaco Silva.

Anónimo disse...

De vez em quando dou uma volta pelos blogues cá da casa, para dar fé e ver como param as modas. Surpreendeu-me o Peixe Banana, parece ter ido de férias ou ter mesmo arrumado as botas. É pena, é um blogue com muita piada e muitas gajas boas à mistura. O das Alcáçovas continua na mesma, nem carne nem peixe, agora está mais virado para o património e coisas do género, eles lá sabem. Recorda-me, não sei bem porquê, aquela anedota velhinha dos “deixós poisar”…Aqui a Barbearia também me parece já ter tido melhores dias, mais clientela, a participação agora é pouca, se calhar o pessoal anda desmotivado. Adiante. Agora o que me ia matando de tanto rir foi o do ex-presidente Estêvão Pereira, em particular o texto sobre a última manifestação do Terreiro do Paço, a tal das trezentas mil almas. Nele, o agora chefe da Divisão Administrativa e Financeira da Câmara da Vidigueira, tece doutas considerações sobre a dinâmica e funcionamento de uma manifestação. Ficamos então a saber que aquilo foi assim uma coisa parecida com as paradas na Praça Vermelha de Moscovo, nos bons velhos tempos é claro, em que as tropas soviéticas e a malta do partido iam desfilando “frente ao palanque” onde se alinhavam as altas individualidades discursantes, vergadas sob o peso das medalhas. Aproveita ainda E.P. para nos dar uma lição sobre como a multidão é contada, tantos autocarros por concelho vezes xis manifestantes por autocarro, dá as tais trezentas mil cabeças, obvio meu caro, os sindicatos é que sabem! Interessante, nas manifestações “espontâneas” que o Estado Novo organizava no Terreiro do Paço o povo também era contado pelo número de autocarros que tinham vindo da província. Coincidências…Hilariante, um verdadeiro “stand up comedy man”este nosso antigo presidente. Já agora e a propósito do último poste daquele blogue, gostaria de informar tão erudita criatura que o equinócio da primavera ocorreu este ano, bissexto, na terça-feira 20 de Março, às 5.14 horas. Pormenores…

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