quinta-feira, 25 de junho de 2009

Boquiaberta quando implicitamente acusada de "perseguidora do défice"

Findada uma semana desde a entrevista de José Sócrates na SIC e de uma aguardada entrevista de Manuela Ferreira Leite, eis que o resultado é o esperado. Pouca argumentação, muita acusação ao governo actual e muita cara de pau!

Manuela Ferreira Leite, liderando o partido que julga ter dado uma lição ao PS nas europeias, e que por isso ganhou uma confiança sustentada não se sabe bem em quê, dá-se ao luxo de afirmar que não tomaria nenhuma opção quanto a grandes investimentos pois em tempos de crise não se investe. Enorme contra-senso que, diz a senhora, ser sustentado por qualquer economista de bom senso.

Mas depois aquilo bem espremido pela jornalista lá percebemos que não se importaria de pagar as indemnizações que adviriam do adiamento/cancelamento da obra TGV, que o aeroporto poderia começar e quanto à 3ª travessia sobre o Tejo não se percebeu bem. E, melhor(!), que se deveria reformular a rede de caminhos de ferro nacional e criar novas linhas, coisa que tem vindo a ser feita (mas pronto, aqui desculpa-se esta afirmação pois notou-se claro desconhecimento do assunto que se tratava), e que a barragem de Foz Côa devia ter avançado e que o mau feitor foi Guterres, e mais umas quantas coisas sobre o seu desconhecimento do tipo de investimentos que estão em curso.
E ficou boquiaberta quando indirectamente a jornalista a lembrou do seu rótulo, de há muito, de "perseguição do défice". Mas que infâmia tão grande! Nunca tentar fechar o país ao desenvolvimento e ao investimento para recuperação da economia...(MFL ainda esboçou um dos seus sorrisos marotos..)

Manuela F.L. disse muito sobre o que não se devia fazer, mas pouco ou mesmo NADA sobre o que se poderia fazer, como resolver esta crise, a crise mundial, como resolver os assuntos que ocupam hoje o estado, o endividamento, a dependência externa energética (sobre os investimentos feitos pelo governo nas energias renováveis...), etc..

Demagogia também marcou esta entrevista. Diz que para resolver o problema do endividamento não aumentaria impostos, mas ao mesmo tempo também não se opõe às acções sociais do actual governo. Ora coloca-se-me uma questão:
Como combateria o endividamento sem aumentos dos impostos e sem terminar com as acções sociais já lançadas pelo governo PS com as quais concorda??
Fala de uma "política diferente e melhor", mas nada explicou, nada elucidou sobre o que se trata afinal esta política que se diz altamente diferente da de Sócrates.

Falta de ideias e pouca transparência são características desta espécie de líder que pouco sabe e pouco diz.

B. Borges

Retirado do http://alcacovas.blogs.sapo.pt/



3 Comentários:

Anónimo disse...

Foi em grande parte por causa dos "economistas de bom senso" que o mundo ocidental está hoje como está...

Anónimo disse...

Faliu o comunismo, faliu o capitalismo, faliu a ideologia e até a ética e a moral faliram. Em Portugal o PS ocupa sem virtudes o mesmo espaço do PSD, o centro. O ideal socialista foi trucidado quando negociaram com Carluci o lado pelo qual Portugal alinharia, a grande América. O PC minado pelo arcaísmo não consegue ler os sinais dos tempos e continua suicidáriamente agarrado a insustentáveis conceitos.
Deixou de haver defesa de ideais e só existe defesa da tacharia. A classe política empanturra-se nos mesmos restaurantes, onde despidas as máscaras ideológicas riem e conspiram contra nós, os miseráveis.
Sinais dos tempos num Mundo quase a chegar aquele ponto de ruptura a partir do qual os organismos se regeneram e evoluem. É pena que com tanto conhecimento e aparentemente já tão longe dos símios, ainda tenha de ser assim, dolorosamente.

Anónimo disse...

Concordo, em parte, com o comentador precedente. Apenas tenho dúvidas que Portugal tivesse tido outra opção, em 1975 ou 1976, que não aquela que prevaleceu, isto é, o alinhamento com o bloco ocidental.Quanto à tacharia, estamos falados, só falta ver a rapaziada do bloco de esquerda, como todos os outros, a fossar na gamela. É só uma questão de tempo, de meses talvez...

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