terça-feira, 11 de setembro de 2012

Quando vi a televisão, vi como Passos não conta


  Friedrich Engels e Karl Marx
O confisco de um ou dois salários aos trabalhadores portugueses significará menos consumo, mais falências, mais desemprego, pior economia. Não interessa a ninguém? Não. Interessa às grandes (muito grandes) empresas, interessa à troika , interessa ao diretório europeu, interessa a quem, na verdade, manda: a grande burguesia financeira e industrial. Passos Coelho, o arauto triste, não conta. Porquê?
 
Porque o governo do Estado moderno é apenas um comité de gestão dos negócios comuns de toda a classe burguesa.
 
Na sociedade burguesa, o capital é independente e pessoal enquanto o indivíduo que trabalha não tem independência nem personalidade.
 
Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda a parte, explorar em toda a parte, criar vínculos em toda a parte.
  
A resultante obrigatória dessas transformações foi a centralização política. Províncias independentes, apenas ligadas por debéis laços federativos, possuindo interesses, leis, governos e tarifas aduaneiras diferentes, foram unidas numa só nação, com um só governo, uma só lei, um só interesse nacional de classe, uma só barreira alfandegária.
 
Em virtude da concorrênca crescente dos burgueses entre si e devido às crises comerciais que daí resultam, os salários tornam-se cada vez mais instáveis.
 
O preço médio que se paga pelo trabalho por conta de outrem é um mínimo de salário, ou seja, é a soma dos meios de subsistência necessários para que o operário viva como operário.
 
Depois de sofrer a exploração do fabricante e de receber o seu salário em dinheiro, o operário torna-se presa de outros membros da burguesia: do proprietário, do retalhista, do banqueiro, etc.
 
As camadas inferiores da classe média de outrora, os pequenos industriais, pequenos comerciantes e pessoas que possuem rendas, artesãos, camponeses, caem nas fileiras do proletariado.
 
De que maneira consegue a burguesia vencer as crises? Por um lado através da destruição violenta de uma grande quantidade de forças produtivas; por outro lado, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais intensa dos antigos. A que leva isso? À formação de futuras crises, mais extensas e destruidoras, e à diminuição dos meios capazes de evitá-las...
 
Tudo isto que acabou de ler, a partir do segundo parágrafo, foi escrito há 164 anos. É do Manifesto do Partido Comunista. É Marx e Engels. Soa a chavão. Mas quando vi, sexta-feira, Passos Coelho na TV, senti-me no século XIX.

No "DN" por Pedro Tadeu
 

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