“É extraordinário como o primeiro-ministro acreditou que a implosão social seria aceite”
- ‘Percebe-se,
agora, que havia uma panela de pressão que, há uma semana, rebentou. O
facto de, nos últimos dias, inúmeras personalidades de direita se terem
juntado à contestação ao governo demonstra bem como Passos Coelho não
teve a noção de que estava a assumir uma mudança sistémica que a direita
portuguesa sempre evitou: implodir de uma forma descarada os mínimos de
coesão, rebentar com o consenso que fundou o Estado social – feito
entre sociais-democratas e democratas-cristãos na Europa e em Portugal
“assinado” entre socialistas e sociais-democratas, com o CDS a
assumir-se, de Adriano Moreira a Paulo Portas, como “o partido dos
pobres”.
- Esses mínimos de coesão estão a ser extintos por Passos Coelho e
Vítor Gaspar, com Portas a fazer de conta que não está a ver.
- Até
agora, a direita sempre atirou à cara da esquerda o facto de esta “não
ter o monopólio das preocupações sociais”. Depois do governo Passos,
nunca mais o poderá fazer.’
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