sábado, 22 de setembro de 2012
‘(…) o objectivo de Passos Coelho e do seu quinteto de terroristas económicos (Gaspar, Moedas, António Borges, Braga de Macedo e Ferraz da Costa) é outro bem diferente: eles querem mudar o paradigma económico, mesmo que para tal tenham de destruir o país, como, aliás, estão a fazer.
Fiel aos ensinamentos dos seus profetas americanos, esta extrema-direita económica que nos caiu em cima acredita que o Estado deve deixar de gastar recursos com quem não garante retorno e concentrar-se apenas em apoiar, ajudar, estimular e dar livre freio aos poucos negócios escolhidos — que, assim, não poderão deixar de prosperar.
Aquilo a que chamam o “processo de ajustamento” da nossa economia é um caminho deliberado de abandono do que acham que não tem préstimo ou futuro: o emprego pago com salários decentes, os direitos do trabalho, as pequenas empresas que não exportam, a própria classe média que vive do trabalho. No fim do “ajustamento”, ficarão apenas as grandes empresas financiadas por baixos salários ou instaladas nos antigos monopólios públicos com lucros garantidos, e uma multidão de emigrados ou de desempregados, prontos a trabalhar por qualquer preço e em quaisquer condições.
Esse será o seu “sucesso” final.
Isto tornou-se claro com a história da TSU. Acreditar que uma medida tão irracional, fundada em estudos que nem se atrevem a mostrar e desacreditada por todos, capaz de pôr o país na rua e ameaçar o tão louvado consenso social e político, terá sido tomada por mera incompetência e precipitação é tomá-los por estúpidos.
O que se pretendia não era aliviar a tesouraria das empresas ou potenciar as exportações. O que se pretendia, como ficou evidente na entrevista do PM à RTP, era garantir uma “vantagem” permanente: a baixa de salários. Porque esse é um dos objectivos centrais desta cruzada: desvalorizar por todas as formas, incluindo por via fiscal, o valor do trabalho.
O princípio é simples e, se atentarem bem, tudo segue uma ordem pré-estabelecida: primeiro, rever a legislação laboral, para tornar os despedimentos fáceis e baratos; por essa via, criar um batalhão de desempregados que pressionem o mercado de trabalho, fazendo baixar os custos salariais; assim, potenciar os lucros de algumas empresas de mão-de-obra intensiva; e, assim, garantir o sucesso do “ajustamento” da nossa economia, “so help them God”.’
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