quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
O trabalho descartável é o regresso às praças de jorna, é prelúdio da proletarização e da revolta.
O Governo Coelho/Portas/Gaspar tem cantado hossanas deslumbradas com a prova de fé que demonstra com alegria em ir além da troika. Esta religião, que como as outras não tem prova científica que supere a devoção dos crentes, assenta no postulado de que mais austeridade e mais rápida permite sarar a praga dos défices orçamental e externo, domar a hidra da dívida e fazer renascer uma economia competitiva.
Os resultados começam a ser sentidos. Recessão superior à prevista no memorando, balança externa corrigida pela queda do consumo, aumento das falências e uma onda de tragédia social com a perda de apoios sociais residuais e o último ato que é a entrega da casa à banca. A dúvida legítima é se os aprendizes de feiticeiro não estão a anos-luz de economistas sensatos como Krugman, Stiglitz ou Sen e mais próximos da medieva tradição de sangrar o doente e dar-lhe sanguessugas, culpando da gangrena fatal a falta de fé.
Mas a pedra-de-toque da dignidade humana é o direito ao trabalho e a sua centralidade nas políticas públicas. O Governo conseguiu já, com o desemprego de 14% e mais de um milhão de trabalhadores fora do mercado, superar o Memorando da troika que previa que o pico do desemprego antes da recuperação não superasse os 13,4%.
Mas o que surpreende é a prioridade radical dada, não ao estímulo à criação de emprego, mas sim à fragilização das relações laborais e ao despedimento barato e simplex. A lengalenga da rigidez das relações laborais foi desmentida pela AutoEuropa que sempre conseguiu flexibilidade e competitividade. Descobrimos agora que em Espanha o novo Governo de direita quer baixar as indemnizações de 45 para 30 dias por ano de trabalho perante a fúria geral. São pouco competitivos face ao nosso Álvaro, que fala de despedimentos baratos com 8 a 12 dias de indemnização.
É indispensável a adaptação ao mundo em mudança, em concertação, valorizando o trabalho que deve ser mais qualificado apostando na formação permanente.
O trabalho descartável é o regresso às praças de jorna, é o prelúdio da proletarização e da revolta.
Visto no CM, opinião de Eduardo Cabrita
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4 Comentários:
Hó Mestre Finezas, por favor, esclareça a minha ignorância. Esse tal Estêvão não é aquele que foi presidente da câmara durante quatro mandatos? É que tive ali num blogue dum indivíduo que tem esse nome e fiquei na dúvida se seria a mesma pessoa. Por exemplo, estava lá um comentário de alguém a chamar incompetentes aos engenheiros da câmara, mas esse tal Estêvão esqueceu-se de dizer que essas pessoas foram lá postas por ele. Como é que é? Eram bons dantes e agora não prestam? E ser completo não é dizer a verdade? Agora fez um texto a dizer mal de umas árvores e mais umas coisas assim. Com direito a fotografia e tudo, para mim, nas entrelinhas, está é a chamar incompetentes e malandros aos funcionários da câmara. Será a mesma pessoa? Será aquela pessoa que a seu mando tanta coisa bem-feita por cá deixou, que não há quem não tenha, à pazada, exemplos disso ao pé da porta? Ganda sonso, a continuar assim, com estas falinhas mansas, quando chegar ao fim destes quatro anos, está virgem outra vez!
Sempre ouvi dizer que o engenheiro Rocha tinha sido trazido para a câmara de Viana pelo João Garcia, dava-lhe jeito um engenheiro que desse todos os amens aos cavaleiros do betão nas negociatas das urbanizações, quintas e quintinhas, juntando-se ao arquitecto ficava a panelinha completa. Agora o que não me entra na cabeça foi o Bengalinha tê-lo escolhido para chefe de divisão, ná, lá isso é que eu não percebo. Quanto à obra até não acho que esteja má, devia era de ter sido feita há uns anos atrás quando abriu o Intermarché, talvez se tivesse evitado a morte de uma jovem naquele sitio, só que nessa altura o senhor Estêvão Pereira andava ocupado a brincar aos estudantes de psicologia em Beja. Mas pelos vistos não devemos estar a falar da mesma pessoa, pois não?
A mim parece-me que não está a chamar malandros aos trabalhadores, pelo contrario. Parece dizer que por cada trabalhador da Câmara estão uma serie de amigalhaços que nada fazem a não ser transportar dinheiro para casa ao fim do mês.
E eu concordo com ele, e olha que não sou o unico.
Mais sofisticado foi o aconteceu aqui na Vidigueira.
Perdem-se eleições em Viana e depois encaixam-se na Câmara de Vidigueira famílias completas de camaradas, tudo em nome do grande partido solidário que é o PCP.
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