quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cavaco anuncia recandidatura a Belém com auto-elogio dirigido ao futuro

Movido pela "consciência dos graves problemas do país", Cavaco Silva anunciou a recandidatura a Belém, "sem outdors", questionando-se como estaria Portugal sem a sua "acção intensa e ponderada", que lamentou não tivesse sido "mais bem aproveitada".

"Quero anunciar aos portugueses que, depois de uma profunda reflexão, decidi recandidatar-me à Presidência da República". Foi a primeira frase do discurso, depois de, acompanhado da mulher, ter surgido na sala do Centro Cultural de Belém repleta de convidados, por detrás do cenário pintado de verde e salpicado por dez bandeiras nacionais.

Seguiram-se as justificações e o auto-elogio, reflectidos em cada frase da comunicação, que durou mais de 20 minutos. "Portugal encontra-se numa situação difícil. Mas há uma interrogação que cada um, com honestidade, deve fazer: em que situação se encontraria o País sem a acção intensa e ponderada, muitas vezes discreta, que desenvolvi ao longo do meu mandato?"

Pergunta foi, obviamente, e a resposta do autor não podia ser outra: "Sei bem que a minha magistratura de influência produziu resultados positivos. Mas também sei - e esta é a hora de dizê-lo - que podia ter sido mais bem aproveitada pelos diferentes poderes do Estado".

A crítica a quem não seguiu os seus "alertas e apelos" estava feita e Cavaco não se cansou de se referir à sua experiência em Belém para dizer que conhece muito bem o país os problemas que se colocam no futuro imediato. Entre eles, enumerou "o desemprego e o endividamento externo" e deu a receita, ao considerar que se exige "um reforço da produtividade e da capacidade competitiva da economia e o aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção externa".

"Está ao nosso alcance agarrar o futuro com determinação e generosidade. Está ao nosso alcance construir um Portugal mais desenvolvido e mais justo". "É isso que me motiva", assegurou, antes de lançar uma frase-chave, que certamente se ouvirá ao longa da campanha: "Eu acredito".

Sempre a reforçar a ideia de que tem consciência dos problemas do país, Cavaco não deixou de falar ao coração dos que mais dificuldades financeiras enfrentam. Garantiu que a sua campanha não terá um único cartaz exterior.

"Não me sentiria bem com a minha consciência gastando centenas de milhares de euros com a afixação de cartazes", disse, anunciando que só gastará metade do que a lei prevê. O que significada que, mesmo sem outdoors, serão gastos em propaganda eleitoral 2,09 milhões de euros.

2 Comentários:

Anónimo disse...

O Cavaco foi um dos defensores da politica nojenta do partido socialista, foi um mau presidente da republica porque não avisou os portugueses de todos os perigos que se avizinhavam e quando constatou as maleitas, não teve tomates para tomar uma decisão. A intervenção do presidente já deveria ter acontecido há muito tempo, muito antes da crise ou lá o que lhe quiseram chamar. Mas nunca aconteceu, nem nunca vai acontecer.
Resta-nos a cavalgadura do desertor do Alegre, que vive à nossa custa há décadas, o reformado da radio. Depois temos o José Pinto Coelho para encher chouriços, o Defensor de Moura para virar frangos, o Francisco Lopes para meter as acendalhas e finalmente o Fernando Nobre, a única alma que não percebendo nada de politica, aparenta possuir um sentido de justiça social e equilíbrio mental. A banca e os grupos económicos de relevância apostarão no cavaco, alias são estes que o têm mantido calado à custa de calmantes, e nos outros é o povo pá!!

Anónimo disse...

Há muita gente que " que vive à nossa custa há décadas", tal "o reformado da radio", Jerónimo de Sousa:

Eleito deputado à Assembleia Constituinte e eleito deputado à Assembleia da República em 1976, sendo sucessivamente eleito e exercendo o mandato até 1993.
Foi Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PCP e Vice-Presidente da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Família da Assembleia da República.
Foi candidato à Presidência da República, proposto pelo PCP, em 1996.
É deputado à Assembleia da República, eleito desde 2002.

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