sábado, 9 de janeiro de 2010

Violência contra os idosos

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O aumento da esperança de vida tem vindo a criar situações em que os filhos e os outros familiares directos dos grandes idosos, também já são idosos, muitas vezes também estes já estão a precisar de apoio e não estão em condições de cuidar de outras pessoas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) teme que o aumento do número de idosos no mundo agrave as situações de violência relacionadas principalmente com a ruptura de laços tradicionais entre gerações e com o enfraquecimento dos sistemas de protecção social.

Prevê-se que o número de pessoas com mais de 60 anos duplique até 2025, passando de 542 milhões em 1995 para 1 200 milhões nessa data, dos quais 850 milhões em países em desenvolvimento onde a preocupação fundamental é com a força trabalho activa e não com a força de trabalho já consumida, como é o caso dos idosos.

Segundo a OMS, apenas 30% dos idosos do mundo inteiro estão actualmente a receber pensões de reforma ou subsídios de velhice e invalidez, o que torna muito precárias as suas condições de existência e os expõe a riscos acrescidos de violência; uma violência que tanto pode ser exercida em ambiente familiar como institucional ou social.

A violência na família pode ter diversas causas e assumir um carácter mais ou menos explícito. Assim, ela pode ser motivada pela apropriação, não desejada, dos bens do idoso pelos seus familiares, levando a uma perda de autonomia e de poder do idoso; pela desresponsabilização dos familiares pelos cuidados de sobrevivência do idoso, deixando este abandonado; ou pela reversão das funções de autoridade dentro da família, passando o idoso a ser comandado por alguém de uma geração mais nova a quem terá de obedecer. Trata-se, em geral, de manifestações de uma violência mais simbólica e psicológica do que física, mas nem por isso menos marcante e efectiva.

Nas instituições a violência torna-se, muitas vezes, mais aparente devido ao maior distanciamento afectivo, à impessoalidade dos cuidados e a um regime disciplinar demasiado apertado e rígido. A situação agrava-se sempre que as instituições sofrem de falta de recursos – o que parece ser a regra -, e não conseguem satisfazer as necessidades dos idosos que elas acolhem. O reflexo da falta de recursos evidencia-se na impreparação e na falta de estímulo das pessoas que nelas prestam os cuidados aos idosos e na própria baixa qualidade dos serviços prestados. Daí a imagem negativa que muitos idosos têm das instituições e a violência que representa, nesses casos, a falta de alternativas à sua institucionalização.

De uma forma geral a sociedade tolera - e, por isso, torna-se cúmplice - do abandono, da falta de respeito e da degradação da condição social dos idosos, contribuindo assim para a difusão de uma cultura de violência (decerto camuflada) contra aqueles que não se integram nos novos padrões sociais de beleza, dinheiro e consumo. A comunicação social, designadamente a televisão tão apreciada pelos idosos, cumpre um papel fundamental no exacerbamento destes valores: nos anúncios raramente aparecem idosos, os bens de consumo anunciados raramente lhes são acessíveis e a toda a hora são enfatizados os valores da juventude. ......

Texto de Maria José Ferros Hespana. Ler Mais>>>

"..... Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido. ...."

Fernando Pessoa


4 Comentários:

Anónimo disse...

Ó Mestre Finezas, então não comentas o boletim municipal? Vá lá, bota cá pra fora!

Anónimo disse...

Está lindo! Fiquei sem palavras e como natal é quando um Homem quiser, gostei de receber as boas festas depois dos Reis. E os criticos estão onde? nem sombras...agora tá tudo bem feito!

Anónimo disse...

Criticar o quê?

Anónimo disse...

Os criticos estão onde sempre estiveram;caso tenha dúvidas, dê uma vista de olhos no Peixe Banana.

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