sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Por Luciano Amaral, no Correio da Manhã
A conferência de Vítor Gaspar seguiu o mesmo formato esquizofrénico de 11 de Setembro: primeiro a exibição dos espantosos êxitos do "ajustamento", depois a enumeração de medidas descrevendo um fracasso (como é que é a palavra?) "enorme". O fracasso foi enorme este ano e enorme será para o ano, porque nada disto faz qualquer sentido.
O Governo tem óbvias culpas no que se passa, pelo menos na alegria ou naturalidade com que apresenta coisas que são a completa destruição de um modo de vida. Mas a verdade é que ele é sobretudo o agente de uma política europeia que, em certos países (noutros não: na Alemanha, na Holanda ou na Finlândia ninguém pensa em destruir o "Estado Social") se arrisca a arrasar as economias e as sociedades que a Europa construiu desde 1945. Em Espanha, parece ser mais do que isso: é a destruição do próprio país, tão laboriosamente construído numa base democrática desde 1978.
Já muita gente descreveu o Orçamento de 2013 como um assalto ao país. Parece mais do que isso: parece uma verdadeira declaração de guerra.
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1 Comentário:
O PM inglês disse tudo,cada um tem de viver com o que tem
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