Assembleia da Répública : audição na Comissão de Ética
Questionado na Comissão de Ética sobre o caso da crónica de Mário Crespo não publicada no Jornal de Notícias, Arons de Carvalho afirmou ficar “chocado” com o facto de se dizer que o jornalista “foi emprateleirado na RTP” e “se fazer passar sempre apenas a versão Mário Crespo sem se falar com as pessoas que tiveram que lidar com o jornalista – como jornalistas acima de qualquer suspeita como Joaquim Furtado, Diana Andringa, Cesário Borga, João Grego Esteves -, questionando-se sobre quem ele é e que passado ele teve na RTP”.
“O jornalista Mário Crespo procurou junto do meu chefe de gabinete para que interviesse na RTP, para voltar para correspondente em Washington e que acabasse o processo disciplinar e sempre recusei”, denunciou Arons de Carvalho.
Sobre a não publicação da crónica, considera que “tal como a providência cautelar visava um efeito e acabou por ter um contraproducente, vistas as coisas hoje em dia, talvez o director do JN devesse publicar a crónica e depois logo se veria”. E acrescentou que “a crónica só ganhou visibilidade depois de não ser publicada”, e quem “mais ganhou com isso” foi Mário Crespo e não o JN.
O antigo governante e deputado socialista recusou que haja condicionalismos por parte do poder político sobre a comunicação social e defendeu que actualmente há liberdade de expressão e de imprensa em Portugal. Disse que “não há obstáculos à criação de empresas de comunicação social”, que “os jornalistas estão hoje mais defendidos com o novo Estatuto dos Jornalistas, com um conjunto de direitos como nunca existiu no país e constitui um ganho em relação ao anterior”; e existe “uma regulação mais pedagógica que invasiva”.
Arons de Carvalho defendeu que o Governo deve investir nas regras da transparência, no âmbito da legislação sobre a concentração dos meios de comunicação social, que o executivo acabou por meter na gaveta na última legislatura. “De facto ninguém sabe quem são os proprietários do jornal Sol”, realçou, acrescentando que nem ele próprio sabe. E defendeu que considera fundamental a questão da propriedade: “Acho importante que quem lê os jornais saiba quem são os donos. Isso previne os leitores em relação ao que lêem e para que percebam a motivação da informação.”...." >>>
18.02.2010 - 18:10 Por Maria Lopes, no Jornal Público online
1 Comentário:
Este Crespo moço também me saiu cá um santinho do pau ôco...
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