sábado, 7 de julho de 2012

Uma epidemia de idiotas úteis

Em 2011 foi votado no Parlamento um coiso (chamava-se PEC 4) com voto a favor do PS e contra do PSD, CDS, BE e PCP. Por causa desses votos, aconteceu o que era sabido por todos antes de votarem: caiu o Governo, houve eleições, ganhou o PSD e fez-se um Governo PSD/CDS.

O meu ponto é: ao PSD e ao CDS aconteceu o que lhes interessava quando votaram; já o BE e o PCP tiveram o que não queriam, apesar de saberem antes que teriam o que tiveram se votassem como votaram. Os do PSD e do CDS fizeram o que queriam.
 
 
Os do BE e do PCP foram idiotas úteis. Adiante.
 
 
Um ministro das Finanças que faz um decreto de um coiso (cortes de subsídios, mas o que interessa é que era só para funcionários) que foi chumbado como anticonstitucional, pode ser um ministro incapaz porque não previu o chumbo. Pode, talvez. Porque podia também estar à espera de que alguém da oposição metesse o coiso no Tribunal Constitucional, fosse chumbado e, à pala do chumbo, o coiso passasse a aplicar-se aos funcionários e aos privados, o que seria para o ministro ganhar a taluda.

Nesse caso, o ministro seria brilhante. Talvez, repito. Já os da oposição (alguns do PS e do BE) que, de facto, levaram o coiso à inconstitucionalidade e, como era de esperar nessa hipótese, ao alargamento (que eles não queriam) do coiso a todos os portugueses, esses, foram - sem talvez! - idiotas úteis.

Temo que tenhamos aqui um padrão: demasiados idiotas úteis na política portuguesa.

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