Presidente da CGD contra a privatização do banco

O presidente da CGD, Faria de Oliveira, é contra a proposta do PSD, para privatizar o banco público.

«Sou militante do PSD mas, em algumas propostas que o meu partido venha a fazer, posso não estar de acordo. Essa é uma delas. Não estou de acordo, excepto se circunstâncias muito especiais o vierem a justificar», afirmou o banqueiro, que acaba de ser reconduzido no cargo pelo Governo socialista, à TVI.

«Penso que o nosso país necessita (e o passado assim o veio testemunhar de uma maneira muito clara) de um banco no sector público», defende. E justifica: «O apoio que nós demos à sustentabilidade do sistema financeiro numa fase, o apoio que nós temos dado ao Estado noutra fase, o estar presente no financiamento da economia¿ Tudo isso tem sido a demonstração da utilidade de ter uma instituição bancária no sector público».

Para Faria de Oliveira, o fundamental é que «os critérios e autonomia de gestão seja uma realidade, utilizando-se modelos de governação que assegurem, por um lado, uma clara coordenação com o accionista, e por outro lado, um grande rigor de gestão».

Recorde-se que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, admitiu uma privatização parcial da CGD, caso o seu partido venha a formar Governo. Numa entrevista à Reuters no final de Março, o social-democrata admitia que 49% do capital da Caixa poderiam ir para as mãos de pequenos aforradores. Mas, para além disso, Passos Coelho falava ainda na alienação dos negócios segurador e de saúde (Hospitais Privados de Portugal), com a venda da maioria do capital dessas empresas.

O cargo de presidente da CGD, onde Faria de Oliveira acaba de ser reconduzido pelo executivo de José Sócrates é um cargo de confiança política, o que significa que o novo Governo poderá querer indicar para o lugar outra pessoa.

Visto em "Agência Financeira"