As Redes de Águas dos Centros Históricos do nosso Concelho
Sobre o tema da recuperação das infra-estruturas e requalificação dos Centros Históricos bastante se tem escrito na blogosfera concelhia. Abaixo junto dois recortes sobre o que por outras bandas se vai fazendo.
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“Os primeiros dias do ano de 2007 marcaram o arranque da empreitada de remodelação das redes de águas e esgotos da cidade de Moura, obra cuja primeira fase terá um custo de um milhão e duzentos mil euros, comparticipado em 70% por fundos comunitários, e decorrerá durante os próximos dez meses.” >>>
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“A cidade alentejana de Moura gasta menos 20 milhões de litros de água por mês, após um investimento de dois milhões de euros na renovação da rede urbana de abastecimento, disse hoje à Lusa fonte do município.”
“As medições feitas desde o passado mês de Agosto revelam que a cidade está a gastar menos 20 milhões de litros de água por mês”, em comparação com os volumes gastos antes da renovação de “parte substancial” da rede pública urbana de abastecimento, que “em alguns locais tinha quase 50 anos”, disse o vereador Santiago Macias.
“Conseguimos diminuir de forma radical as roturas que existiam na rede, eliminar perdas subterrâneas de água e resolver problemas de abastecimento, nomeadamente ao nível da pressão”, frisou Santiago Macias.>>>
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Se a actual equipa autárquica ao menos escutasse a opinião de quem, noite e dia se esforça por manter as redes de água em funcionamento, há muito que teria lançado os projectos e executado as obras para a completa renovação das mesmas. Passados dezasseis anos de poder, enquanto outras câmaras aproveitaram os dinheiros comunitários para renovar as suas infra-estruturas, por cá estiveram alegremente entretidos a olhar para o umbigo.
Este vazio de projectos e de acções revela uma profunda ausência de cultura ambiental e uma imensa falta do sentido de serviço público. A filosofia que norteia esta gestão é antes orientada por uma política do betão que irremediavelmente irá deixar o Concelho fortemente hipotecado.
As redes de águas e esgotos do Concelho, especialmente dos centros históricos, estão de tal forma podres que já nem aceitam remendos. Cerca de metade do precioso líquido percorrendo as carcomidas tubagens perde-se sem utilidade para ninguém. Se tal não acontecesse poderíamos provavelmente ter a água a metade do preço, ampliando-se o tempo de vida dos aquíferos para o dobro do tempo, preservando-se simultaneamente este inestimável e estratégico recurso.
Mais grave ainda, os responsáveis nunca poderão negar ser do seu conhecimento que a generalidade das condutas é em fibrocimento, material que na época integrava fibras de amianto. A utilização deste produto considerado altamente cancerígeno é actualmente de utilização proibida.
Da mesma forma que a água sai, também o inverso se passa. Quando uma parte da rede é desligada a pressão externa às tubagens força a entrada da água contaminada presente no exterior. Na pressa de repor o abastecimento e não se fazendo purgas em vários pontos dos troços temporariamente desactivados, essas águas vão terminar nas torneiras das nossas casas.
Que nome dar a este tipo de gestão que podia, mas não fez a recuperação das infra-estruturas envelhecidas das nossas vilas, com um financiamento de 70% dos fundos comunitários?
Que nome dar a este tipo de gestão onde os calendários eleitorais e as agendas pessoais estão à frente dos mais básicos interesses da comunidade?
Zé Coxo
2 Comentários:
O nosso grande timoneiro dorme em paz e descansado com tudo isto, já que e segundo o que escreveu, isto está ao nível "do que melhor se faz neste país.”
"e o burro sou eu?"
O Presidente da Câmara de Viana não quer nada com fundos comunitários.
Não sabem já disso, não precisam de lhe chatear a cabeça que ele tem mais em que pensar
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