segunda-feira, 6 de junho de 2011

Legislativas 2011 - Análise


"Passadas algumas horas do conhecer dos resultados, já é possível fazer uma primeira análise mais a frio das eleições do passado Domingo.


A vitória do PSD é clara, teve mais votos e mais mandatos que o segundo partido mais votado. Não há margem para grandes dúvidas quanto a isso. Mas, não deixa de ser curioso o facto de após 6 anos de governação socialista, o resultado alcançado por Pedro Passos Coelho ser inferior ao que Durão Barroso obteve após o consulado de António Guterres, que ao contrário de José Sócrates, saiu do cargo de primeiro-ministro sem passar pelo desgaste de governação e pessoal que este último sofreu, essencialmente, após escândalos como o da licenciatura, o reavivar do processo freeport sempre em época eleitoral e entretanto arquivado em Inglaterra, e o caso TVI. A bem da verdade, Guterres não enfrentou classes mais ligadas ao PS, nomeadamente, no sector da educação e da função pública, não tomou medidas de austeridade, nem passou por metade do escrutínio público, por vezes insidioso e insultuoso, com que José Sócrates foi obrigado a viver nos últimos seis anos.


Um pormenor, também importante da noite eleitoral, foi o discurso de derrota de Sócrates. Seguramente foi o discurso da noite, com a calma, humildade e ponderação que pode ter surpreendido muitos. Nas entrelinhas fica um registo, também de si muito curioso, o discurso de Sócrates, sendo de derrota, conseguiu ser mais elevado e mais respeitoso que o de Cavaco Silva na noite das últimas presidenciais. Sócrates perdeu, é certo e claríssimo, saiu pela porta pequena, mas uma coisa penso que é certa, o resultado das suas opções políticas só poderá ser julgado dentro de alguns anos, pois essa é a lógica natural das coisas, nada se pode aferir e os seus impactos num tão curto espaço temporal, da mesma forma que a situação a que o país se encontra também não foi da exclusiva responsabilidade de Sócrates, pois constitui um arrastar de diversos problemas de vários anos e de inúmeras más opções políticas dos vários partidos do arco governativo.


Quanto a Pedro Passos Coelho, ganhou, não posso dizer se tanto pelo seu mérito ou mais por demérito do principal adversário. Sobre o que vai fazer, pouco posso ajuizar, porque no fundo a ideia com que fiquei da campanha de Passos, que para muitos passou por não ser plástica, como tantos acusaram Sócrates de o ser, centrou-se naquilo que os estudos sociológicos apontavam como sendo os pontos fracos do seu adversário - a credibilidade, a competência, a responsabilidade ou falta delas - deixando para segundo plano as ideias e os objectivos, o que digamos, em abono da verdade, é muito mais conveniente do que assumir propostas claras, porque assim, evitam-se confrontos como aqueles que Sócrates sofreu sobre os 150 mil postos de trabalho a criar.


Com a campanha que o PSD fez, pouco ou nada lhe poderá ser assacado, porque no fundo, poucos sabem quais são as suas metas concretas, em vez disso, sabem certamente muitos lugares comuns, como querer colocar Portugal melhor ou outras expressões, com forte significado emotivo, mas pouco, muito pouco esclarecedoras. Ainda sobre Passos Coelho, pouco ou nada se disse na comunicação social sobre o seu passado. Resta-me esperar que não seja durante o seu mandato que se mine a sua credibilidade baseada em escândalos da sua vida pessoal antes de exercer o cargo de primeiro-ministro, tal situação, seria penosa e extremamente gravosa para o país considerando o actual estado de coisas..."

Via "In Concreto"

5 Comentários:

Anónimo disse...

Também gostei do discurso de Sócrates. Bem mais civilizado do que o discurso arrogante e vingativo de Cavaco e Silva quando eleito presidente de "todos os Portugueses".

Anónimo disse...

O unico Socrates bom é o Socrates demitido!
Eu agora também gosto mais dele.
Que vá para longe.

Anónimo disse...

Há grandes merdas que deixam saudades e há outras que não, este é um caso especial da merda que não deixando saudades a uns ainda vai dando para umas masturbações de ultima hora de alguns.

Anónimo disse...

há quem goste mais de ser encavado

Anónimo disse...

desculpe lá ó mestre finezas, de vez em quando foge-me a boca para a verdade, esteja à vontade para apagar

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