"Maria da Fonte"
2 de Junho de 2011 12:34
Meu caro senhor.
Tudo bem, é a recta final para as eleições e há que dar tudo por tudo. Mas o senhor fala do PSD como se este fosse puro, sem mácula e se apresentasse ao país forte e uno, capaz de "salvar a Pátria". Infelizmente para a Pátria, isso não é verdade. Não vou enumerar a longuíssima lista de personagens “filhas” desse partido, cujos nomes, ao longo dos últimos anos, apareceram ligados a todo o tipo de crimes e falcatruas. Entre conselheiros e banqueiros relembro só um certo banco cuja implosão em muito ajudou à actual crise. Banco esse cujo administrador, um homem vosso, muito dinheirinho deu a ganhar ao “impoluto” senhor Cavaco e Silva e à sua filha. Não estão fortes e unos - no partido dos barões, só um grande líder conseguirá unir as vária tendências e fazer falar o partido a uma só voz. Passos Coelho, já se percebeu, não é infelizmente essa personagem.
O que o povo desempregado, do ordenado mínimo e das novas oportunidades sente, é uma grande falta de coerência e convicção no discurso. Uma manta de retalhos que está a ser cozida À medida que a campanha eleitoral avança. Percebe-se perfeitamente que não há um projecto para o País - de manhã diz-se uma coisa, à tarde outra - até arrepia. À volta do candidato esvoaçam uma série de velhas figuras, repescadas à última da hora, porque nem os vossos acreditam naquele menino imberbe. Os vencidos de ontem são apresentados como trunfos para o amanhã.
Do programa real - o do FMI - não se disse nada. E era sobre isso que o País queria ouvir falar.
É pena que tudo isto assim seja. Esperava-se mais verticalidade e sentido de estado de um partido da dimensão e com as responsabilidades do PSD. Aguardaram que o governo caísse de podre e mesmo assim conseguiram escolher a pior altura para o fazer. Num momento em que a Nação necessita de um governo maioritário e forte, constituído por pessoas capazes, o PSD apresenta mais do mesmo e na pior altura. Quem nos garante que lá mais para a frente, perante a tanga, não batam a porta e não fujam para Bruxelas?
Sair do atasqueiro – sim, mas não para mergulhar de seguida num atasqueiro pior.
No meio disto tudo o abutre do CDS vai pairando lá no alto, sabe que nesta situação que os senhores tão mal geriram, o seu lugar estará sempre garantido. Prenúncio de mais negócios ruinosos para o País, mas boas luvas a embolsar por alguns.
Estou certo que o senhor , embora não podendo admitir, concordará que há muita verdade no que escrevi. À frente dos interesses da Nação, foram, mais uma vez, postos os interesses dos grupos. Pior que tudo, as coisas não estão a correr bem ao PSD. Não é por acaso que, tão avesso ao anonimato, num esforço de última hora, faz das tripas coração para mostrar serviço, numa derradeira tentativa de arregimentar mais uns votos entre aqueles que realmente decidem as eleições, os cidadãos sem cabresto partidário.
Seja o primeiro a comentar
Enviar um comentário