sábado, 25 de junho de 2011

O discurso do poder interiorizado



Foto tirada na Barbearia

Pacheco Pereira. Blog Abrupto.

Mas que bom o novo governo ter Isto e não Aquilo. Mas se o novo governo tivesse Aquilo em vez de Isto, que bom seria ter Aquilo e não Isto. E por aí adiante. Elogia-se a importância do que se pensa que há, esconjura-se a irrelevância, mesmo o malefício, daquilo que não há. Se fosse ao contrário, elogiava-se na mesma.

Como o governo é novo de idade, valoriza-se a juventude. Se fosse um pouco mais velho, valorizava-se o mix de gente nova com homens experimentados. Se fosse ainda mais velho valorizar-se-ia a experiência de gente com gravidade que aceitou, num período de dificuldades, servir o país. O poder de atracção do Primeiro-ministro estaria em todas as análises. Se tivesse mais políticos valorizar-se-ia a experiência da causa pública, como tem mais técnicos, valoriza-se o saber especializado. Se fossem do “meio” elogiar-se-ia conhecerem “os cantos da casa”, como não são do “meio” valoriza-se a ruptura com os maus hábitos instalados. Etc., etc.

Ouvem-se comentários sobre comentários e para além da mais piegas adoração da “situação”, para além do wishfull thinking, podia passar o dia todo e a Sábado toda com este tipo de ladainha que é o discurso do poder interiorizado. Mas que balofice nacional que nos assaltou!

1 Comentário:

peixebanana disse...

A filosofia deste mestre de obras que por acaso até lhe reconheço o mérito da poesia politica está patente em mais um balofo poema que não diz nada, parecendo querer dizer tudo. Não seria assim se noutras circunstâncias o palanque fosse outro.
Pacheco Pereira ganhou o estatuto de tudo poder dizer mesmo antes de o desatar a dizer, pena que o diga ainda sem saber se daqui a uns tempos não terá que refazer tão pobre estrofe num dia tão quente.
Obviamente Pacheco Pereira não será, tal como nunca foi, um homem para salvar portugal, fica bem onde está, numa estante da sala, a fazer o que sempre fez enquanto esteve na estante da assembleia, a dizer "coisas".

E que bem que as diz. Inteligente... uh lá lá, gabo lhe a intelectualidade e a forma serena como soube sair parecendo que foi posto fora.

No fundo é um bom homem, gosto da preocupação que tem para com o governo da nação.

É assim Pacheco Pereira, tens bom remédio. Lisboa, Portela, Airbus 220, Charles de Gaule, Paris, Zé da Covilhã. Com sorte ainda ganhas à hora a dar explicações de semântica newtoniana e a sua relação com os sofismas.

Lá, vais valorizar outras coisas, não é juventude, nem técnica, nem capacidade, nem vontade, nem verdade... Mestre da masturbação como sempre fostes, não vais ter saudades da assembleia e terás certamente companhia para mais uma noite de alegres tertulias.

Azedaste, a velhice caiu-te mal.

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