sábado, 23 de junho de 2012

O Aprendiz de Feiticeiro



O MINISTRO das finanças que nos arranjaram, um tal de Victor Gaspar, desencantado nos laboratórios experimentais do Banco de Portugal, e que faz equipa com um tal de Passos Coelho, veio há dois ou três dias reconhecer que o comportamento das receitas e das despesas, no quadro da execução orçamental, não se enquadra nas expectativas traçadas pelo governo, logo o governo falhou, e se nada for feito, continuará a falhar até ao infinito.

Não é preciso ser grande economista para saber algumas verdades universais, isto é, que quando as receitas baixam (com o desemprego a provocar a baixa do IRS e das contribuições sociais, com as falências e quebra de actividade das empresas a baixar o IRC, e com a quebra de consumo das familias e empresas a baixar o IVA e outros impostos), e as despesas aumentam (com a subida de encargos com subsídios de desemprego, pensões, rendas das PPP e taxas de juro de empréstimos), o caldo está entornado.
E como o governo diz que vai manter a palavra de não pedir “nem mais tempo, nem mais dinheiro” para cumprir o défice, e não pretende mudar de política, é quase garantido que virá aí a multiplicação da austeridade e mais sacrifícios, convertidos em mais cortes, onde já pouco ou nada há onde cortar, e mais carga fiscal, onde já pouco ou nada há para colectar.

O Vitinho das finanças, mesmo com o seu entaramelado discurso "zombie", já não surpreende, mas continua a insistir. Comporta-se como o aprendiz de feiticeiro do poema de Goethe, que tendo-se apropriado do chapéu do mestre, libertou os poderes, e na sua patética ignorância, ficou a ver multiplicar-se o que não sabe controlar.
Depois, quando já não tem mão sobre o que libertou, quando vê que a sua teoria corre o risco de falhar, improvisa, arranja desculpas, tenta aprofundar o erro, levando o bruxedo aos limites, na esperança de mudar a realidade, para sustentar e manter de pé a teoria.
Alucinado, espera que a sua incontrolável austeridade, a replicar-se até ao infinito - como as vassouras aguadeiras do poema -, se devore a si própria, acabando numa espécie de Big-Bang, de onde nascerá uma galáxia de mel e de fartura, mas só para alguns.
O problema é que esta gente não são mágicos, nem tão-pouco aprendizes de feiticeiros.

São saqueadores e malfeitores encartados, discípulos da escola de Milton Friedman, e que gostam de falar de mansinho, de passar despercebidos, enquanto continuamos a acreditar, firmemente, mesmo com eles à perna, que vamos conseguir chegar à Final do Euro 2012.

Visto na "Essência da Pólvora"

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Painel de propaganda da CDU/Viana abandonado na rua da sede do PCP


Mais um painel de propaganda da CDU/Viana, abandonado, precisamente na rua da sede do partido, uma lixeira á vista de quem nos visita e se dirige ao Castelo.

Depois do directório local desta agremiação política ter afrouxado a militância, nem mesmo os apelos ao trabalho do camarada João Pauzinho, membro do Comité Central do PCP, responsável pela OR Évora, e também responsável pela estrutura local do Partido, consegue mobilizar a maior parte dos obreiros locais.

Um militante mais ortodoxo do PCP, da velha guarda, já entrado na casa dos setentas, sem compreender os tempos modernos, enquanto cortava o cabelo na Barbearia, apelava em viva voz, como se alguém dos visados o ouvisse, para que a brigada de Évora do PCP viesse colar os cartazes nos painéis abandonados.

Quanto a nós, como sempre, com aquele espírito solidário, colamos neste blog um mupi do PCP, como forma de mobilizar as consciências, depois de tantos anos de glórias e empreendedorismo por uma parte substancial dos eméritos militantes locais, agora compreensivelmente em época de crise, dedicados exclusivamente às suas empresas.


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"O trabalho de informação e propaganda de um partido revolucionário é parte integrante da sua ligação às massas. Só assim podem chegar as posições, análises e orientações do partido aos trabalhadores e às populações.

Num momento em que se intensificam as muitas formas de condicionamento político e ideológico do nosso povo, onde o silenciamento e a discriminação do PCP nos principais órgãos de comunicação social se acentuam de forma perigosa, o reforço dos meios próprios de informação e propaganda partidária ganha uma redobrada importância. Melhorar a forma de desenvolver esta tarefa, tornar mais presente e acutilante a propaganda partidária, envolver mais camaradas nesta frente, eis algumas das questões que estão em discussão no nosso colectivo partidário. Uma reflexão para levar à prática." Vasco Cardoso em "O Militante"

terça-feira, 19 de junho de 2012

Alterações às leis do trabalho dão mais 4,5 mil M€/ano aos patrões

De acordo com as contas do Correio da Manhã (http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2617252&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA) e do economista Eugénio Rosa as alterações às leis laborais vão render aos patrões mais 4,5 mil milhões de euros todos os anos. Esta estimativa baseia-se no facto de serem eliminados 4 feriados e retirados 3 dias de férias, sem que haja lugar a uma subida de ordenado por mais dias trabalhados. Ou seja, é dinheiro grátis para os patrões que saí diretamente do trabalho dos seus/suas funcionários/as.

Mas esta estimativa é conservadora, pois estas alterações ao Código do Trabalho, propostas pelo Governo PSD/CDS e ontem promulgadas pelo Presidente da República, vão baixar também o valor das horas extra para metade e acabar com a contratação coletiva, baixando o poder negocial dos trabalhadores e, logo, os seus salários.

Por isso, em poucos meses e apesar do simulacro de acordo em concertação social onde João Proença da UGT apoiou os interesses dos patrões, verifica-se uma transferência do rendimento das pessoas que trabalham para as empresas no valor mínimo de 4,5 mil milhões de euros ano (ou seja mais de 8 submarinos ou 7 hospitais).
Como é óbvio, esta transferência de rendimentos aprofundará ainda a desigualde em Portugal, apesar do país já ser um dos mais desiguais da Europa (http://www.ffms.pt/estudo/19/desigualdade-em-portugal).

VIsto em "precári@os infrexíveis"

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A opaca obra dos sanitários de Aguiar

Em 23 de Janeiro de 2009 a Assembleia Municipal de Viana do Alentejo aprova a transferência de 15 000 euros para que a Junta de Freguesia de Aguiar construa uns sanitários públicos até ao final de Março do mesmo ano. (Ver cópia da Acta no foto seguinte)


Estas obras são notícia no blogue "Um dia perfeito para os peixes banana", em 20 de Fevereiro de 2009, A foto seguinte foi retirada do artigo referido.

Foto publicada em 20 de Fevereiro de 2009


Passados mais de três anos ainda os sanitários não estão prontos, mas a grande anormalidade desta questão, segundo o Zé Povinho, não é a contingência do tempo que as obras às vezes levam por fazer, mas sim o facto do empreiteiro já ter embolsado da junta todo o dinheiro da obra mesmo sem a ter acabado.

Se o edifício por fora parece estar pronto há tanto tempo, então o que falta acabar no seu interior?

Também já este ano, em Fevereiro  o Blogue "Cidade Agar" questionava: "Porque será que as Casas de banho junto ao Tanque das Mulheres em Aguiar, não abrem???"

Foto retirado do blogue "Cidade Agar" (aqui)


E esta, hein?

domingo, 10 de junho de 2012

Bispo das Forças Armadas comparou Passos Coelho a Salazar

D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas, comparou o primeiro-ministro Passos Coelho ao ditador António Oliveira Salazar.


Em declarações à TSF, D. Januário declarou-se “profundamente chocado” com o agradecimento de Passos à paciência dos portugueses, numa intervenção na quarta-feira comemorativa do primeiro aniversário da vitória do PSD nas legislativas de 2011.

“Portugal não tem Governo neste momento, e vão certos senhores dar uma passeata um certo dia a fazer propaganda tipo União Nacional, de não saudosa memória, pelo país a dizer que somos os melhores do mundo”, acentuou o bispo. D. Januário Torgal continuou: “Ao fim, ainda aparece um senhor que, pelos vistos, ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo obrigado à profunda resignação de um povo tão dócil e amestrado que merecia estar num jardim zoológico”.

O bispo foi, ainda, mais explícito. Retomando os elogios do primeiro-ministro à paciência dos portugueses que, no entender de Passos Coelho, se deve a “uma sociedade que está apostada em vencer as dificuldades e em resgatar o futuro”, D. Januário referiu: “Parecia-me que estava a ouvir o discurso de certa pessoa há 50 anos atrás”. Já em declarações ao canal SIC Notícias, o prelado concretizou a comparação, referindo o nome de Oliveira Salazar. Concluindo, D. Januário Torgal Ferreira deixou outra mensagem: “Apetecia-me dizer assim, vamos todos para a rua, não para fazer tumultos, vamos fazer democracia”.

Não é a primeira vez que o bispo das Forças Armadas suscita celeuma. Há alguns anos, admitiu o preservativos em relações sexuais de risco. E, aquando de uma visita do primeiro-ministro Cavaco Silva a Macau e Pequim, sugeriu que o chefe do Governo devia defender os direitos humanos.

Frontal e polémico no que diz respeito a temas da doutrina moral e disciplinar da Igreja, D. Januário é tolerado apenas com condescendência por vários dos seus pares, que consideram as suas posições demasiado heterodoxas e olham de soslaio para a sua atitude crítica. O bispo utiliza a sua formação na área da Filosofia para argumentar e defender as suas posições.

Visto no "Público"

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