terça-feira, 28 de abril de 2009

A Casa das Ambulâncias ou a Obra de St.ª Engrácia das Alcáçovas

Esta obra, da responsabilidade da Junta de Freguesia de Alcáçovas, com início dos trabalhos há mais de um ano, continua misteriosamente sem ser inaugurada nem utilizada.
Aparentemente está concluída, no entanto não deixa de ser estranho que as viaturas da Junta continuem a encontrar abrigo nos casões das cooperativas.
Mais se adensa este mistério, quando não é explicado aos Alcaçovenses a razão deste impasse, tanto mais que a situação dá origem a algumas especulações:



Diz-se que o empreiteiro (por acaso também Presidente da Assembleia Municipal) não dá a chave da obra porque exige cerca de 40.000,00€ de trabalhos a mais (realizados nas fundações?);
Diz-se que há uns meses atrás o Presidente da Junta e o Empreiteiro se incompatibilizaram, referindo então o Sr. José Jacinto que só pagaria em tribunal;
Diz-se que após o entendimento das partes desavindas no interior da CDU e com a indigitação do Sr. José Jacinto para 2.º da lista da CDU à Câmara, o negócio terá sido já acordado no que respeita ao pagamento dos trabalhos a mais;
Diz-se que esta obra orçamentada em cerca de 150,000,00, tinha no caderno de encargos algumas exigências que afastaram do concurso alguns pequenos empreiteiros de Alcáçovas, nomeadamente vedação apropriada mas cara do espaço envolvente, que o empreiteiro ganhador não cumpriu, pelo menos de início;
Diz-se que a obra aguarda inauguração para próximo das eleições autárquicas;

Caberá certamente á Junta esclarecer os seus Munícipes, em nome da transparência, honestidade e boas práticas na gestão de dinheiros públicos.

Aguardamos explicações plausíveis sobre o assunto

Um Alcaçovense Anónimo
Recebido por email


domingo, 26 de abril de 2009

As Piscinas de Alcáçovas

A Câmara de Viana, anuncia em 29-04-2008, com pompa e circunstância, a abertura de concurso para a construção da Piscina Municipal de Alcáçovas.
Faz parte do programa eleitoral da CDU e, como Alcaçovense estava à espera que esta obra já estivesse concluída – mas não!
Numa manobra eleitoralista, chego agora a esta conclusão, estava tudo programado para que a sua inauguração se fizesse antes das próximas eleições.
Passo a acreditar quando me diziam que o Estêvão, junto dos mais íntimos, afirmava que as obras apenas deviam estar concluídas próximo das eleições.
Como está à vista de todos, põe todo o concelho de castigo de acordo com o seu calendário pessoal, que se atrasou mais desta vez, até ter a certeza que iria ser novamente candidato.




  1. Sabendo nós que este projecto não tinha hipótese de financiamento comunitário, e estando a Câmara na posse de dinheiro suficiente para iniciar a obra, porque não lançou mãos ao trabalho em 2005?
  2. O José Jacinto e o João Penetra, também andaram a alinhar neste adiamento sucessivo com o Estêvão?
  3. Vi finalmente as obras começarem tardiamente, para agora as ver paradas?
  4. Afinal o que é que aconteceu?
  5. Não há pachorra para aguentar as falinhas mansas e desculpas esfarrapadas que vierem a seguir!

    E tu Vera, andas a dormir?

Um Alcaçovense Anónimo

Recebido por email

Vida Nova - Boletim Informativo do Movimento Unidos pelo Concelho de Viana do Alentejo

O documento para ficar no modo “fullscreen”, click no botão colocado no canto superior direito.

Recebido na Barbearia Ideal

sábado, 25 de abril de 2009

Episódios do dia 25 de Abril de 1974 - 2

Uma equipa da televisão espanhola desloca-se a Portugal, a mando do Governo fascista de Franco, para recolher informação sobre a “Revolução dos Cravos”. A divulgação ao público dessas filmagens não foi autorizada pelo governo espanhol.

O exemplo português constituiu motivo de regozijo e de esperança, beneficiando a coesão dos oposicionistas ao regime franquista.



Para comemorar esta efeméride, "os militares da organização clandestina anti-franquista Unión Militar Democrática (UMD), que foi criada no Verão de 1974, estão em Portugal para assinalar o 25 de Abril. O tenente-coronel José Ignacio Dominguez Martin-Sanchez foi um dos militares da UMD e à Agência Lusa referiu que a visita «pretende simbolizar a união que sempre existiu entre o MFA (Movimento das Forças Armadas) e a Unión Militar Democrática».

Para o militar espanhol, este regresso assinala a importância do 25 de Abril para Portugal, mas também para todo o mundo, sobretudo para Espanha. «O 25 de Abril teve uma importância transcendental para Espanha, não só para as Forças Armadas, mas também no movimento político em geral», afirmou o tenente-coronel. Ignacio Dominguez Martin-Sanchez acrescenta ainda que o 25 de Abril facilitou a mudança política em Espanha e afirma que «se não tivesse existido o 25 de Abril, provavelmente não existiria a UMD. Deu impulso à oposição contra o regime de Franco», realça.

Nesta visita a Portugal, vão estar ainda o coronel Luis Otero Fernandez, o coronel José Fortes Bouzan e o tenente-coronel Capitão Fernando Reilein, membros da UMD presos em Julho de 1975. Os militares vão estar sexta-feira e sábado em Portugal para visitar alguns dos locais mais emblemáticos da «Revolução dos Cravos»". "in Diário iol"

Episódios do dia 25 de Abril de 1974 - 1

Salgueiro Maia Comanda o Cerco ao Quartel do Carmo
15h30
- "Não sendo atendido após 15 minutos, Salgueiro Maia ordena ao tenente Santos Silva para fazer uma rajada da torre da Chaimite sobre as janelas mais altas do Quartel, repetindo o apelo de rendição logo a seguir".... >>>>



00h20 - "Nos estúdios da Rádio Renascença, situados na Rua Capelo, ao Chiado, Paulo Coelho, que ignora os compromissos assumidos pelos seus colegas do programa Limite, lê anúncios publicitários. Apesar dos sinais desesperados de Manuel Tomás, que se encontra na cabina técnica acompanhado de Carlos Albino, para sair do ar, o radialista prossegue paulatinamente a sua tarefa. Após 19 segundos de aguda tensão, Tomás dá uma "sapatada" na mão do técnico José Videira, provocando o arranque da bobine com a gravação que continha a célebre senha: a canção Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso"...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Um milhão de pensionistas vai ter acesso gratuito aos medicamentos genéricos

"A decisão abrange todos os reformados cujos rendimentos sejam inferiores ao salário Mínimo Nacional, que neste momento está fixado em 450 euros.
A decisão – tomada pelo Governo na passada quinta-feira – implica uma comparticipação a 100% de todos os medicamentos que os pensionistas tenham de adquirir por prescrição médica. Uma única condição é imposta para esta comparticipação total é a de que os medicamentos sejam genéricos.
A medida foi anunciada pelo secretário de Estado Adjunto da Saúde. "Foi aprovado o alargamento da comparticipação dos medicamentos genéricos para os pensionistas com rendimento até ao salário mínimo nacional", disse Francisco Ramos.
A medida vai abranger cerca de um milhão de pensionistas correspondendo àqueles que têm "a vinheta verde nas suas receitas", que corresponde aos que têm menores rendimentos"....
  • Medida positiva mas de alcance reduzido, afirma o BE;
  • Para o PCP, a medida sobre genéricos com comparticipação peca por tardia;
  • Ordem dos Médicos considera medida sobre genéricos para pensionistas "muito positiva".

Pode ler a notícia completa >>>

Retirado do texto publicado por Eduardo Caetano, RTP


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Alcáçovas - Água potável na rede pública ?


Captação de água - Monte das Pereiras, Alcáçovas






Carta encontrada na Barbearia.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eurovisão 1974 - Paulo de Carvalho - E depois do adeus

“Portugal vivia no início do da década de 70 anos conturbados nas mais diversas áreas da vida nacional. Nesta altura o Festival RTP da Canção era um espectáculo ansiado, gerando maior atenção antes, durante e após o mesmo. Todos falavam dos intérpretes, das canções... ninguém perdia aquele que era o espectaculo de entretenimento mais aguardado do ano, faziam-se apostas, discutia-se, defendia-se fervorosamente os seus cantores preferidos e as canções interpretadas.Não me vou alongar em aspectos caracterizadores do ano de 74 nem muito do que foi a História Portuguesa num ano que marcou indubitavelmente a História recente do país mais ocidental da Europa.
A Agonia do Estado Novo (período cronológico que abrange os anos de 1928 a 1974 e que foi marcado pelos governos de António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano) era visivel, chegavam-se aos seus momentos finais e a canção que representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção 1974 estará para sempre ligada, num laço muito estreito com a Revolução que pôs termo à ditatura Salazarista/Marcelista - A Revolução dos Cravos.”



Dia 24 de Abril de 1974, 22h55 - 1ª senha: a voz de João Paulo Dinis anuncia aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74 «E Depois do Adeus». Era o primeiro sinal para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Combate Renhido na Reunião de Câmara de 01/04/2009

Nesta reunião de Câmara debateram-se assuntos com bastante interesse para todos os munícipes, destacando-se a moção apresentada por Rui Gusmão, Vereador do Partido Socialista, a qual contém um pacote de medidas de combate à crise, tendo em vista:
  1. aumentar os rendimentos disponíveis das famílias:
  2. criar condições de manutenção dos postos de trabalho;
  3. apoiar o regresso ao emprego;
  4. apoiar a 1.ª integração dos jovens no mercado de trabalho;
  5. aumentar os índices de qualificação dos recursos humanos;
  6. dinamizar o sector económico;
  7. desenvolver princípios e valores, como o da solidariedade e protecção social.

A moção foi então posta a votação, tendo obtido um voto favorável por parte do Vereador Rui Gusmão e quatro votos contra, três da CDU e um do PSD, tendo assim sido rejeitada.


A respectiva acta, descreve com clareza o debate intenso que houve nesta reunião.



domingo, 19 de abril de 2009

Conversas em Família. Revolta das Caldas da Rainha

No dia 16 de Abril de 1974, às 04h00 da madrugada, uma coluna do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha passa os portões do aquartelamento, comandada pelo capitão Armando Marques Ramos. Pretende executar um golpe militar, marchando sobre Lisboa e depondo o Governo. Apenas a três quilómetros da capital terá a noção de que se encontra isolada.
Um precipitado e deficiente planeamento da acção leva ao seu fracasso, sendo presos quase duas centenas de militares - oficiais, sargentos e praças - entre os quais o tenente-coronel João de Almeida Bruno, majores Manuel Monge e António Casanova Ferreira e capitães Marques Ramos e Virgílio Varela. Constituiu, embora, um importante balão de ensaio para o 25 de Abril.


Marcelo Caetano comenta os acontecimentos desse dia.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

As Redes de Águas dos Centros Históricos do nosso Concelho


A época da Páscoa, com o consequente acréscimo de população, obriga a autarquia a um aumento da pressão na rede de abastecimento de água, de forma a satisfazer as necessidades dos utilizadores. Em tempos de pré campanha eleitoral, impunha-se este ano mais que nunca fazer boa figura, sabendo-se como é importante a opinião dos familiares e amigos que nos visitam. Objectivo falhado, pelo menos para quem assistiu e sofreu com a recente cega-rega ali para os lados da Praça da República em Viana. Esse aumento da pressão da água a par da pressão sobre as equipas da manutenção, no sentido de uma rápida resolução do problema, terá provavelmente originado a rotura inicial e as que teimosamente se lhe foram sucedendo.

Sobre o tema da recuperação das infra-estruturas e requalificação dos Centros Históricos bastante se tem escrito na blogosfera concelhia. Abaixo junto dois recortes sobre o que por outras bandas se vai fazendo.

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“Os primeiros dias do ano de 2007 marcaram o arranque da empreitada de remodelação das redes de águas e esgotos da cidade de Moura, obra cuja primeira fase terá um custo de um milhão e duzentos mil euros, comparticipado em 70% por fundos comunitários, e decorrerá durante os próximos dez meses.” >>>

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“A cidade alentejana de Moura gasta menos 20 milhões de litros de água por mês, após um investimento de dois milhões de euros na renovação da rede urbana de abastecimento, disse hoje à Lusa fonte do município.”

“As medições feitas desde o passado mês de Agosto revelam que a cidade está a gastar menos 20 milhões de litros de água por mês”, em comparação com os volumes gastos antes da renovação de “parte substancial” da rede pública urbana de abastecimento, que “em alguns locais tinha quase 50 anos”, disse o vereador Santiago Macias.

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“Conseguimos diminuir de forma radical as roturas que existiam na rede, eliminar perdas subterrâneas de água e resolver problemas de abastecimento, nomeadamente ao nível da pressão”, frisou Santiago Macias.>>>

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Se a actual equipa autárquica ao menos escutasse a opinião de quem, noite e dia se esforça por manter as redes de água em funcionamento, há muito que teria lançado os projectos e executado as obras para a completa renovação das mesmas. Passados dezasseis anos de poder, enquanto outras câmaras aproveitaram os dinheiros comunitários para renovar as suas infra-estruturas, por cá estiveram alegremente entretidos a olhar para o umbigo.


Este vazio de projectos e de acções revela uma profunda ausência de cultura ambiental e uma imensa falta do sentido de serviço público. A filosofia que norteia esta gestão é antes orientada por uma política do betão que irremediavelmente irá deixar o Concelho fortemente hipotecado.


As redes de águas e esgotos do Concelho, especialmente dos centros históricos, estão de tal forma podres que já nem aceitam remendos. Cerca de metade do precioso líquido percorrendo as carcomidas tubagens perde-se sem utilidade para ninguém. Se tal não acontecesse poderíamos provavelmente ter a água a metade do preço, ampliando-se o tempo de vida dos aquíferos para o dobro do tempo, preservando-se simultaneamente este inestimável e estratégico recurso.


Mais grave ainda, os responsáveis nunca poderão negar ser do seu conhecimento que a generalidade das condutas é em fibrocimento, material que na época integrava fibras de amianto. A utilização deste produto considerado altamente cancerígeno é actualmente de utilização proibida.


Da mesma forma que a água sai, também o inverso se passa. Quando uma parte da rede é desligada a pressão externa às tubagens força a entrada da água contaminada presente no exterior. Na pressa de repor o abastecimento e não se fazendo purgas em vários pontos dos troços temporariamente desactivados, essas águas vão terminar nas torneiras das nossas casas.


Que nome dar a este tipo de gestão que podia, mas não fez a recuperação das infra-estruturas envelhecidas das nossas vilas, com um financiamento de 70% dos fundos comunitários?

Que nome dar a este tipo de gestão onde os calendários eleitorais e as agendas pessoais estão à frente dos mais básicos interesses da comunidade?


Zé Coxo


quarta-feira, 15 de abril de 2009

A crise estudantil de 1969

A crise estudantil de 1969 provocou a demissão do ministro da Educação, a mudança de reitor e o envio dos "estudantes mal comportados" para a guerra colonial. Em Coimbra, os estudantes saíam à rua evocando luto académico, em solidariedade com os colegas detidos.

Quem acendeu o rastilho foi o presidente da Associação Académica de Coimbra. Na inauguração do Edifício das Matemáticas, Alberto Martins dirigiu-se ao Presidente da República, Américo Tomás, para pedir a palavra em nome dos estudantes. O pedido foi recusado, a cerimónia terminou de forma abrupta e Alberto Martins foi detido nessa noite. >>>


terça-feira, 14 de abril de 2009

O início da guerra colonial

Em Março de 1961, a UPA revolta-se contra a presença portuguesa em Angola. Surpreendendo civis e militares, massacra milhares de europeus e africanos no norte do território. Os efectivos existentes na colónia são muito reduzidos. Os civis procuram defender-se, apoiados pela Força Aérea que usa napalm contra os rebeldes, ao mesmo tempo que retira as mulheres e crianças das áreas atingidas. A UPA refugiasse nas matas e ataca as colunas, entretanto enviadas de Luanda. Morrem os primeiros militares. >>>



sexta-feira, 10 de abril de 2009

O "buraco" da rede de águas em que estamos metidos

"Para ampliar, dê 2 clicks na imagem"


A rede de abastecimento de água no centro da Vila de Viana está velha e a rebentar pelas costuras. Construída há mais de cinquenta anos, foi dimensionada para uma população com hábitos de higiene muito diferentes dos actuais. A sua urgente substituição, a par da rede de esgotos e de águas pluviais, é mais do que evidente, mas os nossos executivos autárquicos assobiam para o ar e fazem como se nada fosse com eles. As suas preocupações são outras, obras mais visíveis que, em altura de eleições, se transformem rapidamente em votos.

Nestes últimos três dias, quem passe ali pela zona da Praça da República, em Viana, tem certamente assistido a um espectáculo no mínimo surrealista. Os rebentamentos das canalizações sucedem-se uns atrás dos outros, os cortes de abastecimento de água são constantes. A cega-rega começou na quarta-feira, frente à casa do Zé Relvas. Mal o pessoal da Câmara deu esta fuga por resolvida, ao fim de quase um dia de trabalho, eis que surgiu uma nova, desta vez perto da Caixa Agrícola, ao canto com a Rua João de Deus. No dia de ontem, quinta-feira, assistimos a um rebentamento de conduta em frente da Farmácia Nova, na Rua das Lojas e, já ao fim do dia, a um outro num canto da Praça, em frente à ourivesaria do Inácio. Este último só por volta das cinco da manhã de hoje é que ficou resolvido (??), depois dos moradores da vizinhança terem sido prendados com uma noite de insónia provocada pelo gerador usado pelos serviços camarários … Mas a via sacra, já que estamos em período pascal, não estava ainda acabada. Logo pela manhã eis que a água tornou a rebentar perto da Caixa Agrícola, uns metros mais abaixo do rebentamento anterior… E, pouco depois, de novo junto à Farmácia Nova!... E se você, leitor, pensa que a coisa ficará por aqui, está provavelmente muito enganado, pois amanhã ou no dia seguinte lá teremos a rapaziada da câmara a abrir mais um buraco e a tentar heroicamente resolver o que só terá resolução com uma outra política urbana, leia-se com uma outra gestão autárquica.

Porque esta é a política do remendo atrás de remendo, do buraco atrás de buraco, da incúria e do desleixo. Promovida por quem, principescamente pago pelo erário público, se está nas tintas para tudo isto. Até quando?

Zelador Municipal

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Retratos de uma emigração

::"A emigração que ocorre a partir de meados dos 50 tem uma natureza muito distinta da anterior. Esta é marcada por uma profunda descrença nas capacidades de desenvolvimento do país, sob o jugo de uma ditadura desde 1926. O aumento da informação do que se passa no resto da Europa, não deixa dúvidas: a única forma de fugirem às condições degradantes em que viviam e trabalhavam em Portugal era rumarem a Europa além Pirenéus.
Entre 1958 e 1974, cerca de um milhão de portugueses instalam-se em França, dispostos a trabalharem em tudo o que lhes apareça. As formas brutais da sua exploração começam em Portugal, com as redes que os transportam até à fronteira, e não raro os abandonam pelo caminho. Muitos portugueses morrem neste percurso.
Em França são vítimas de todo o tipo de discriminações no trabalho, no alojamento e nas mais pequenas coisas do dia-a-dia, uma humilhação que a custo suportam. Muitos poucos esperam enriquecer, mas todos esperam conseguirem uma vida mais digna que lhes é recusada na própria terra. Trata-se de uma verdadeira vaga, em grande parte clandestina, contra a qual todas as leis se revelam ineficazes. Em poucos anos despovoam-se regiões inteiras abrindo-se profundas rupturas nas suas estruturas económicas, sociais e culturais. Nada voltará a ser como dantes!::" >>>

domingo, 5 de abril de 2009

Manifestação da oposição democrática

Humberto Delgado - o General sem medo, candidato à Presidência da República em 1958.
..”Em 1958 o General Craveiro Lopes terminava o seu mandato presidencial. Salazar considerava-o de “conotações de esquerda” e decidiu não promover a sua reeleição. A escolha recaiu então no Almirante Américo Tomás, que por 14 anos ocupara o cargo de Ministro da Marinha. Entretanto, segundo consta, Delgado havia feito uma visita ao seu velho amigo Henrique Galvão (5), então detido no Forte de Peniche, e este convencera-o a candidatar-se à Presidência. Outro candidato foi o Dr. Arlindo Vicente, apoiado por socialistas e comunistas.
No seu programa como candidato independente, sem qualquer compromisso partidário, Delgado propunha vários pontos de nítido cunho liberal: reintegração dos funcionários afastados do serviço por motivos políticos, amnistia a todos os presos políticos, liberdade de expressão e de associação, eleições gerais livres a curto prazo e moralização dos costumes políticos e da administração pública.
A sua atitude durante a campanha eleitoral revelou-se indiscutivelmente corajosa. Quando numa conferência de imprensa no Café Chave d’Ouro, em Lisboa, é perguntado pelo delegado da agência France Press sobre o que faria em relação a Salazar se vencesse as eleições responde sem qualquer hesitação: “Obviamente, demito-o!”. Ondas de choque percorrem a assistência. Salazar, apesar da sua já avançada idade, continuava a ser para muitos portugueses um sacrossanto, quase idolizado, intocável símbolo de um ressurgimento nacional e esta resposta soava como pouco menos do que iconoclástica.
A candidatura à presidência
Apesar de uma tenaz repressão, Delgado percorre o país na sua campanha. Numa memorável deslocação ao Porto é recebido com uma manifestação de apoio à sua candidatura, em que participam cerca de 200 000 pessoas. Como seria de esperar, a Censura proíbe a publicação de fotografias deste acontecimento.
À chegada a Lisboa, na estação de Santa Apolónia, a polícia tenta desarticular a manifestação que esperava o candidato. Alguns indivíduos, talvez pides ou legionários, aos gritos de “Viva Humberto Delgado!” levantam-no em ombros e tentam metê-lo num carro. O general defende-se e consegue libertar-se mas de qualquer modo as autoridades desviam o itinerário do seu regresso, por artérias onde a multidão aguardava para o aclamar.
Entretanto por toda a parte se realizavam manifestações de apoio a Humberto Delgado, quase sempre dissolvidas com enorme dureza pela PSP e GNR. Isto não constituiu surpresa, pois além de se tratar de uma reacção habitual, uma nota oficiosa havia anunciado que seriam reprimidas todas as manifestações que alterassem a ordem pública”… >>>

O Mestre Finezas decidiu este ano apresentar na sua barbearia alguns vídeos para que o 25 de Abril não caia no esquecimento.

sábado, 4 de abril de 2009

CDU apresentou candidatos à Câmara de Alvito

A CDU apresentou a candidatura de João Penetra e Luís Beguino à Câmara Municipal de Alvito, num jantar em que estiveram presentes cerca de cem pessoas, incluindo um grande grupo de Viana do Alentejo que, assim, quis manifestar o seu apoio a João Penetra. Estiveram ainda presentes Miguel Madeira e outros membros do Comité Central e da DORBE do PCP e candidatos ao Parlamento Europeu, incluindo a cabeça-de-lista Ilda Figueiredo, que se disponibilizou para voltar a Alvito para festejar a vitória da CDU.

Publicado por “Alvitando”, Sexta-feira, 3 de Abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Barbearia Ideal

A Barbearia Ideal ainda executa o trabalho à moda antiga, em que o Mestre Finezas acaba por ser um confidente e amigo dos seus clientes. É aqui neste local que chegam as últimas novidades da Terra, do País e do Mundo. Nesta velha barbearia sempre explorada pelo mesmo barbeiro, homem sólido, culto, mantendo ainda a destreza nos seus dedos mágicos, faz maravilhas, conforme o tipo de trabalho, sempre à medida de cada freguês. Os clientes nem precisam praticamente de dizer como querem o corte de cabelo ou a barba.
Todos confiam as suas mágoas e preocupações ao Mestre Finezas, dependendo o aprofundamento da conversa, conforme o tipo de clientes presentes na barbearia. O Mestre nunca abre a boca coscuvilhando os desabafos e às vezes alguma má-língua dos seus inúmeros clientes de todas as gerações e idades. Mestre Finezas para não dar “cabo da casa” muda de conversa com mestria, segundo chegam ou saem fregueses, tal como contorna o pescoço e a cara do cliente que escanhoa com a sua afiada lâmina de barbear.
Nunca toma partido nas conversas de má-língua que vão surgindo, por aqueles que esperam a sua vez, as quais vão mudando, conforme a clientela vai entrando ou saindo. Homem avisado, sabe que as velhas barbearias tradicionais têm os seus dias contados. A sobrevivência deste serviço não depende apenas das qualidades profissionais e humanas dos seus proprietários.
Sem grandes sobressaltos, imaginou atempadamente a renovação a dar ao seu estabelecimento. Com os clientes e amigos mais próximos, vai introduzindo, aos poucos, novas actividades mais consentâneas com os tempos modernos, as quais vão estando publicitadas no espelho e paredes da renovada barbearia. Para dar mais um toque de modernidade ao estabelecimento, e de bem-estar aos seus clientes, comprou uma caixa de música, suave no toque, com canções para todos os gostos. Nunca sobrepõe o som às cavaqueiras, que atraem àquela antiga barbearia os seus velhos e novos amigos.
Por isso, para que alguma conversa de má-língua não seja conotada com a “Barbearia Ideal” não são reproduzidos pelo Mestre Finezas, esses monólogos ou diálogos de clientes versando a devassa da vida privada e íntima de ninguém. Se há sofás vermelhos, rosas ou laranjas são abafados pelas paredes espessas da moderação.
Mas este ano Mestre Finezas, que até ao momento nunca opinava sobre política, para não ferir os partidários mais facciosos, estando ainda indeciso, espera colocar pela primeira vez, junto ao calendário que está exposto numa das paredes, a fotografia do candidato que vai apoiar nas próximas eleições autárquicas, a disputar no concelho de Viana do Alentejo.
Quando for tornado público o nome de todos os candidatos, será o momento de surpreender os seus clientes com a sua decisão.

Tudo Muda

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