terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os pobres que paguem a crise?

"O governo anunciou que vai alargar por mais um ano o programa de prevenção de execuções para evitar que as famílias percam as suas casas". Diria que isto acontece em que parte do mundo? Na Europa? E aqui, em Portugal? Pois está enganado. É nos Estados Unidos.

"O governo anunciou que vai alargar por mais um ano o programa de prevenção de execuções para evitar que as famílias percam as suas casas". Diria que isto acontece em que parte do mundo? Na Europa? E aqui, em Portugal? Pois está enganado. É nos Estados Unidos.

Em Portugal foram 6900 as casas entregues aos bancos por falta de pagamento dos empréstimos, um aumento de 17% em 2011. Quase metade dos casos aconteceram nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, com especial relevo para as zonas que funcionam como dormitórios.

O número de famílias que se declararam insolventes elevaram-se a 2.400 só no primeiro semestre do ano passado. O retrato numérico esconde histórias de autêntico terror e que nunca imaginaríamos ouvir há menos de seis meses. Idosos, que garantiram empréstimos aos filhos que não os pagaram, vêem entrar pelas suas casas os homens da execução que os deixam com um colchão e um casquilho para colocarem uma lâmpada, num total e absoluto desrespeito pela lei. Ou famílias que ficam sem a casa mas que têm de continuar a pagar o empréstimo.

Há umas semanas, num das análises à crise, o director da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, José Ferreira Machado, fez uma constatação muito interessante. Nos Estados Unidos, a sociedade e o governo responsabilizaram os bancos, ou seja, os credores, pela sua crise da dívida. Na Europa culpam-se os devedores. Atitudes que estão a determinar medidas e políticas completamente diferentes nos dois lados do Atlântico.

O resultado desta atitude, que insulta o liberalismo, é uma Europa que desprotege os mais frágeis. Os gregos estão na miséria? Os portugueses caminham para a miséria? Pouco parece interessar aos líderes europeus, muito menos a Angela Merkel, mais preocupada em ganhar eleições na sua terra. Afinal os gregos, os portugueses, os irlandeses, os italianos, os espanhóis não votam na Alemanha.

Portugal é obrigado a jogar este jogo. Mas, na liberdade que tem, devia fazer a diferença. O ajustamento, como está desenhado, dita um mergulho recessivo na economia. Mas o programa de ajustamento dá ao governo de Pedro Passos Coelho margem para distribuir os custos desse reajustamento.

Até agora, a redução dos défices públicos e externo têm sido pagos pelo português comum, que depende do seu salário para viver ou que tem uma pequena empresa. É a eles que foi enviada a factura do aumento dos impostos, do corte dos subsídios, do pagamento da saúde, da subida da electricidade, do agravamento nos transportes públicos. O resultado tem sido a perda do emprego, a perda da casa e o desespero para muitas famílias.

A culpa é da troika? Claro que não. O retrato dos números do desemprego, das execuções e das insolvências devia fazer ver ao Governo como é urgente adoptar medidas que também são exigidas pela troika, como a redução da factura das parcerias público-privadas e dos subsídios da electricidade. Há no programa de ajustamento medidas que tardam a chegar e que reduzem a factura da crise que os mais frágeis estão a pagar.

"Os pobres têm de se sacrificar porque os ricos têm muitas despesas", diz ironicamente quem quer desdramatizar o desespero das conversas sobre a crise. Esperemos que este não seja o catecismo reinante. Os pobres que paguem a crise não é nenhum princípio liberal. É imoral.

Por Helena Garrido, no "Jornal de Negócios"

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Feriados!

Pronto, finalmente é oficial: os feriados a extinguir pelo governo são o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro. Podem finalmente descansar o cardeal patriarca e a sua igreja, que os feriados "civis" que desaparecem são tantos como os "religiosos". Como se os feriados não fossem todos civis, criados por lei da República! Mas o que importava a D. Policarpo era que o governo só fizesse desaparecer um...civil e impusesse o fim de dois...religiosos, numa contabilidade em que quem perde são sempre os mesmos.

Está reposta a equidade, para descanso das santas almas.


Visto no "Blogue do Castelo"

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Política à Portuguesa



Desde o golpe de estado do 25 de Abril que este nosso jardim à beira mar colapsado tem sido governado (?), não pelo PS, tão pouco pelo PSD/CDS, mas sim pelo Centrão. A matéria-prima é fornecida pelas mesmas elites, amigos que frequentam as mesmas escolas e se fazem homenzinhos no interior dos aparelhos dos partidos, são os famosos boys. Neste momento, com o inestimável contributo do PCP, estão lá os amigos do PSD/CDS.

Escreve Ricardo Costa no Expresso de 14 de Janeiro “Há vários anos que o PS e o PSD são partidos estruturalmente iguais. Têm os mesmos tiques, organizações parecidas, clientelas que se misturam e um sentido de apropriação do estado que é rigorosamente igual, da mais pequena freguesia à mais disputada cadeira empresarial.”… Não podia estar mais de acordo.

Se o governo da nação é coutada exclusiva do Centrão, nas autarquias o PCP, através da capa mistificadora CDU, vai ainda arrebanhando uns concelhos. E também ele e os seus boys - que também os tem - se deixam frequentemente vencer pela tentação da apropriação do estado, em favor do partido, dos seus negócios e interesses pessoais.

Com a morte das ideologias, comunismo, capitalismo, socialismo e o que restava da democracia foram, no virar do século, definitivamente enterrados. Abriu-se então uma janela de oportunidades para toda uma classe de chicos-espertos que canibalizaram os partidos políticos, todos e sem excepção.

A nível nacional toda esta gente não passa de peões, marionetas dos grandes grupos económicos. A nível local, pouco mais são que anónimas partículas de pó, pousadas sobre o tabuleiro onde se desenrola o Grande Jogo.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&hl=pt-PT&v=pGEtvl4-238

Comentário de anónimo aqui

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ainda o acordo de concertação social

O acordo alcançado entre o Governo e os parceiros sociais penaliza fortemente os trabalhadores.

Vá lá ... assina lá isso depressa e põe-te a milhas

Para quem tivessse dúvidas bastava ter visto corar de satisfação os membros do governo, seus lacaios e patronato conservador.

As palavras de júbilo de Paulo Azevedo , filho do Mega Merceeiro Belmiro de Azevedo, são disso prova.

Para evitar sacrifícios ainda maiores, o secretário-geral da UGT sofrendo de dor neuropática, justifica assim a assinatura do massacrado Código do Trabalho.

Ainda não passou o tempo de nojo do acordo de concertação social, já andam no ar bocas de alguns comentadores políticos, muitos deles assalariados dos patrões da comunicação social, a abrirem caminho para a adopção de outras medidas de “competitividade da economia”, eufemismo que inventaram para idudir os incaustos.

Só falta a esta saudosa gente advogarem também, como antigamente acontecia, o trabalho escravo de sol-a-sol.

A gula os fará rebentar!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Viva a República. Ou não?

Padre Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa

Chico Buarque - Cálice

O documento final da concertação social fala em «reduzir em três a quatro feriados». Como é matematicamente impossível que «três a quatro» seja entre três e quatro, deve ser «três ou quatro». Entretanto, os media diziam hoje de manhã que o 5 de Outubro se manteria como feriado. Logo, seriam três. Mas a ICAR reagiu com «ameaças» (sic): na perspectiva dos clericais, os feriados «religiosos» são deles e não da República (e parece que o 5 de Outubro lhes causa especial irritação...). Enfim, hoje à tarde o governo já mandou dizer que o número é par. Não se sabe é se é dois ou quatro. Sendo que dois não é incluído no acordo e quatro eliminaria também o 5 de Outubro. Ou não?


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Concertação: «Tenho de dar razão à CGTP»


Comentário de Constança Cunha e Sá na TVI24

Constança Cunha e Sá defendeu a noite passada na TVI24 que Portugal estar a efectuar uma desvalorização do trabalho à custa dos trabalhadores e que por isso mesmo «dá razão à CGTP».

«O que acontece é que de facto é que não tendo Portugal possibilidade de diminuir e desvalorizar a moeda, o que está a acontecer é que estamos a desvalorizar o valor do trabalho. Agora, o problema é que isso é muito feito muito à conta dos trabalhadores e eu aí, tenho de dar razão à CGTP porque é muito feito à conta dos trabalhadores, seja funcionários públicos, seja por trabalhadores à conta de outrem», disse.

domingo, 15 de janeiro de 2012

CGTP diz que proposta para descontar 'pontes' nas férias é propaganda

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, classifica como uma "enorme campanha de propaganda" a proposta do Governo que dá às empresas a possibilidade de encerrarem nas 'pontes' e descontarem unilateralmente esses dias no total anual de férias.

O que está montado é uma enorme campanha de propaganda [...], é preocupante o que se passa no nosso país, porque se está a colocar como uma novidade uma coisa que é prática comum desde sempre", afirmou Carvalho da Silva.

"Normalmente, as empresas privadas, no início do ano, negoceiam com os trabalhadores a utilização de dias de férias em 'pontes'. Isso é comum", referiu o secretário-geral da CGTP.

De acordo com a última proposta do Governo enviada aos parceiros sociais, as empresas terão a possibilidade de encerrar nas 'pontes', sendo estes dias descontados no total anual de férias, sem que seja necessária a autorização do trabalhador.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, "admite-se a possibilidade de encerramento da empresa nos casos de 'pontes', por decisão do empregador, contando os dias de encerramento para o cômputo anual das férias".

Esta medida insere-se no ponto referente à alteração ao regime de feriados e férias que consta da proposta do Governo para o 'Crescimento, Competitividade e Emprego', que será discutido, na segunda-feira, em concertação social.

O mais cínico disto tudo é que até há poucos dias havia alguns 'escrivas de serviço' que diziam que se tem que acabar com as 'pontes'. E agora [surge] a hipótese de colocar as 'pontes' como controladas pelos patrões, unilateralmente, então as 'pontes' já são úteis", apontou Carvalho da Silva.

Para o representante da central sindical, é essencial "haver mais verdade, mais ética, mais rigor". Caso isso não aconteça, o país não sai do "buraco". .

Texto completo aqui: "JN"


Afinal há um desvio colossal - mas no Orçamento para 2012


Nicolau Santos, Boas e más notícias no reino de Gaspar:

Por estes dias, Vítor Gaspar deu-nos mais uma grande lição de economia. Expliquemos, como ele explicou. A integração no Orçamento do Estado das receitas provenientes de cerca de metade dos fundos de pensões da banca no final do ano passado serviu para o Governo fazer um brilharete, reduzindo o défice para 4% do PIB, quando o acordado com a troika apontava para 5,9%. Bruxelas e Angela Merkel saudaram as boas notícias como se não se tratasse do mais puro ilusionismo financeiro (o défice real foi de 7,1%) na grande tradição orçamental portuguesa, que tantos governos têm seguido.

Contudo, numa nota interna aos seus pares, Gaspar vem agora explicar que não há bela sem senão: quem fica com o dinheiro dos fundos de pensões de outros, depois tem de pagar as reformas. Parece óbvio mas, pelos vistos, não era. E assim o ministro das Finanças esclareceu agora os seus colegas na tal notinha interna que, à conta daquela operação, este ano já vão ter de ser pagos €478 milhões aos pensionistas do sector bancário.

Ora como a operação foi feita no final do ano, não estava contabilizada no Orçamento do Estado para 2012. E como aquele dinheiro também vai ser utilizado em parte para pagar €1500 milhões de dívidas em atraso aos hospitais, coisa que também não estava no OE, o défice deste ano, que deveria ser de 4,5%, vai ser de 5,4%. Ou seja, menos de um mês depois de ter entrado em vigor, o orçamento de rigor e muitíssimo exigente já falhou o objetivo em 0,9% do PIB.

Ora, se não acontecer mais nenhuma surpresa até ao final do ano, o que é altamente improvável, todos os cidadãos devem tremer de medo com esta notícia. Porque de duas, uma: ou o Governo admite desde já que não cumpre o défice; ou vai aplicar medidas adicionais para o cumprir, aumentando mais os impostos. Neste ponto, o ministro contradiz-se. No referido documento interno, Vítor Gaspar escreve, preto no branco, que “as estimativas indicam a necessidade de medidas adicionais no valor de 0,3% do PIB”. Mas esta semana no Parlamento negou por três vezes que sejam necessárias medidas de austeridade adicionais por este motivo ou para este efeito (transferência dos fundos de pensões da banca). Mas sobre outros motivos nada disse.’

Visto em "Câmara Corporativa"

sábado, 14 de janeiro de 2012

Escola com saúde - sem amianto

Na véspera do feriado municipal a Barbearia estava repleta de clientes, e entre duas tesourados do canhoto Mestre Finezas, a conversa dos fregueses girava à volta de um texto publicado pelo Estêvão, visto aqui

A discussão sobre este texto estava a gerar grande algazarra, na parte em que o Estêvão considera curioso não ter visto ninguém da Câmara participando na manifestação efectuada por alunos e professores da Escola Básica e Secundária Dr. Isidoro de Sousa.

Os manifestantes protestavam muito justamente, contra a inércia do Ministério da Educação em substituir as coberturas dos edifícios, construídas em placas de cimento com amianto, sabendo-se desde há muitos anos que esta última substância química é comprovadamente cancerígena.

A TVI "estava no local" e deu o destaque noticioso que se pode confirmar no vídeo que se publica.



Alguns clientes a contragosto de outros, diziam que o Estêvão sempre esteve na vanguarda das questões ligadas ao ambiente. Só assim, diziam, se explica o fechar de olhos durante anos, relativamente à engorda intensiva de novilhos dos "Urbanos", mesmo à entrada da Vila.

Também nutras áreas ambientais o ex-presidente é um político de convicções fortes. Crente de que o alcatrão que aplicou em cima das calçadas tem propriedades benéficas para a saúde, quando o pó liberto nas ruas se desfaz nas narinas dos munícipes,  prefere por isso que a obra no centro histórico  incida em primeiro lugar na calçada em redor do castelo, para que se mantenha a poeira nas ruas o maior tempo possível.

O Joaquim do Tanque da Barca, homem que viu nascer o Estêvão para a política, defensor acérrimo do ex-presidente, quando questionado pelo Xico da Rosa, se considerava manhosice só agora o Estêvão se mostrar preocupado com o amianto, pois se aquele material lá está desde sempre, porque nunca "piou" antes e agora sobre este problema em frente da Escola.

O Joaquim do Tanque da Barca olhou para o Xico e disse-lhe: então tu pensas que o Estêvão  anda a dormir. Ele andou calado até este momento porque também tinha o mesmo problema com o amianto nalguns edifícios da Câmara e não convinha levantar lebres que se podiam virar nessa altura contra ele. Agora que ele já não está em primeiro, o Bengalinha que limpe o lixo deixado pelo Estêvão durante o seu reinado.

O António da Graciete, homem boçal mas com memória, completamente fora do contexto da conversa, mas ainda assim fazendo matutar com os seus comentários os clientes da Barbearia, diz:  quando em 2008 fecharam a escola a cadeado, não estavam lá os nossos camaradas a comandar os acontecimentos e não deram a cara para a TV?

O Zé da Malha, homem de poucas falas, começou a ficar cheio com a conversa à roda do tema e perguntou para a "plateia": se o Estêvão pertence à Câmara e não esteve nesta manifestação, porque critica a Câmara em não ter estado presente?

O Zé da Malha completamente fora de si, gritava: das duas uma, ou o Estêvão não está bom da cabeça, ou então deve pensar que todos nós somos parvos.

Vejam o vídeo da TVI e digam-me lá se vêem algum dos homens que durante 16 anos se governaram à larga no concelho?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

EP em Movimento

Painéis apressadamente espalhados pela vila, em Setembro de 2009

Sou assumidamente um desses cães raivosos que, almas menos caridosas normalmente mandam abater. Sou também um dos muitos indignados sem nome, um anónimo que não procura protagonismo para si, mas que perante a injustiça e a má fé se recusa a ficar docilmente calado enquanto o rebanho é conduzido ao matadouro. Outros fingirão dar sempre a cara, embora de quando em vez sejam apanhados ao virar da esquina, de calças na mão, a roubar t-shirts para os seus descamisados. Mas vamos ao que interessa.


Rezava assim a acta 11 de 2008: “O Senhor Presidente sublinhou que intervencionar os pavimentos nos Centros Históricos seria apenas uma operação de cosmética pois o trabalho que é necessário realizar vai muito para além disso, pois não pode ser ignorado que as condutas são velhas e que enquanto não se resolverem os problemas dos ramais de água, esgotos, pluviais, o enterramento de cabos eléctricos, etc., não vale a pena pensar só em levantar o alcatrão para colocar calçada.” Ponto.

Poucos meses depois o Senhor Presidente mandou apressadamente iniciar os trabalhos do projecto de Reabilitação do Centro Histórico de Viana. Deste, na acta da Câmara 02 de 2009, preto no branco, está escrito que a única coisa que iria ser feita era a substituição dos pavimentos. Por baixo ficariam as infra-estruturas completamente podres, a rebentarem dia sim, dia não. Ponto.

Será a mesma pessoa ou serão duas pessoas diferentes? O que fez mudar tão radicalmente de opinião o  senhor E. Pereira? Talvez a súbita tomada de consciência do imobilismo em que ele e a sua equipa se encontravam há oito anos, talvez a percepção da hecatombe eleitoral que se avizinhava. Adiante.

O Centro Histórico de Viana é delimitado a Norte pelas Ruas Brito Camacho e Rua António José de Almeida, a Sul Rua das Parreiras, a Nascente Rua Latino Coelho e Travessa do Instituto e a Poente a Rua das Escadinhas. Esta era a área de intervenção, conforme o mostrado nos painéis apressadamente espalhados pela vila, em Setembro de 2009, onde se podia ler em cabeçalho: Reabilitação do Centro Histórico – Projecto Geral de Pavimentações. Os espaços e ruas a serem intervencionadas pelo actual projecto são exactamente as mesmas. Ponto.

O projecto mandado executar pelo actual executivo já foi apresentado e discutido com a população. Pode, por exemplo, ser visto no site da Câmara, onde é descrito assim: O projecto de Requalificação do Centro Histórico de Viana do Alentejo divide-se em duas fases de execução. Pretende-se com este grande projecto modernizar a Vila, substituir e actualizar as infra-estruturas existentes, revitalizar os espaços de permanência e requalificar o núcleo antigo. Contempla este projecto a alteração dos pavimentos existentes, a substituição das redes de águas e esgotos, o enterramento de infra-estruturas eléctricas e de telecomunicações e acréscimo e substituição de iluminação pública. Como se vê nada tem a ver com o varrer do lixo para baixo da carpete proposto pelo senhor E. Pereira. Ponto.

Dizer que a “…Recuperação do Centro Histórico de Viana, na verdade, trata-se de uma intervenção diminuta, limitada a pouco mais do que a Praça da Republica e umas ruas laterais…” é mais que má fé. Quem quiser dar-se ao trabalho de verificar os factos que aqui apresento perceberá facilmente que a Primeira Fase do projecto abrange cerca de metade da área a intervencionar. E metade deste todo, relembro, uma intervenção de baixo para cima, não é uma coisa diminuta. Ponto.

Diz também que: “Não vai ser alterado nada no sistema de recolha de lixos, nomeadamente a substituição nesta área intervencionada dos contentores existentes por outros enterrados no pavimento.” Quem esteve no Cineteatro, na apresentação pública deste projecto deve-se recordar do espanto do arquitecto responsável pelo projecto quando o senhor E. Pereira colocou esta questão. Lembrou-lhe o projectista, ali em público, que já havia discutido essa questão com ele, enquanto presidente da Câmara e que tinham na altura concluído da dificuldade do enterramento dos contentores devido às características da vila. Percebe-se que o senhor EP muda de ideias como quem muda de camisa, vai para onde a sua agenda pessoal lhe dá mais jeito. Para além de tudo o mais eu, que também tenho problemas com contentores à porta da minha casa, sei, de conversa com os responsáveis que, pontualmente, este e alguns dos aspectos pelo senhor mais à frente referidos, ainda estão a ser equacionados. E ele também o saberia se fosse mais às reuniões da Câmara. Ponto.

Por último vêm os números, as percentagens, os políticos adoram atirar-nos com números à cara. Qualquer extra-terrestre que leia aquela última nota de reflexão ficará convencido que vivemos tempos de vacas gordas e que o dinheiro corre desalmadamente pelas bermas das ruas. E se algum dinheiro existe hoje nos cofres da Câmara ele é devido à perícia negocial do Presidente Bengalinha. Não é um fala-barato, não é disso que o Concelho precisa, é um gestor, mas mesmo assim um homem pragmático sensível aos problemas das pessoas.

O comum dos mortais sabe que as coisas hoje não são tão fáceis como o senhor EP, confortavelmente instalado, do alto do seu castelo nos quer levar a crer. Não sou um especialista da matéria mas vou tentar dar uma ideia de como é que durante os muitos e muitos anos que EP presidiu aos destinos para se procedia financiar as obras.
Pegava-se em duas ou três folhitas de papel A4, atiravam-se lá para cima umas ideias sobre as intenções pretendidas e juntavam-se uns números vagos sobre os custos. Num dia de trabalho, uma pessoa podia fazer dois ou três projectos de candidatura, era sempre a aviar. Só depois, sendo a candidatura aprovada é que se mandavam fazer os projectos, orçamentos, cadernos de encargos e toda a papelada necessária para estas coisas.

Actualmente é exactamente o inverso. Primeiro mandam-se fazer os projectos que no caso do Centro Históricos são de Águas, Esgotos, Pluviais, Electricidade e Telecomunicações, espero não me estar a esquecer de nada. Cada um destes projectos tem de ser acompanhado pelas respectivas Medições e Orçamentos, Cadernos de Encargos, Planos de Higiene e Segurança e demais etecetras. Mas ainda não dá para apresentar a candidatura ao carcanhol, Esta só pode ser apresentada depois de o orçamento da Câmara ser revisto de forma a prever a fatia do investimento correspondente à parte da Câmara e, e ainda não chega porque ainda há que abrir o Concurso Público, receber as propostas dos empreiteiros, nomear um júri, apreciar as propostas, escolher uma, de acordo com as regras, dar tempo para que os outros concorrentes reclamem e só então está a papelada pronta para se poder concorrer aos tais financiamento.

É um bocadinho de nada mais complicado e moroso, não vos parece? Não é coisa para um ou dois dias, é mais para um ano e, concorrer não quer dizer que seja garantido que o financiamento seja atribuído. Ponto e vírgula.

Por estas e por outras é que me parece muito estranho que durante os últimos dois mandatos, especialmente o último, o senhor EP e a sua equipa praticamente não tenham concorrido a nada, sendo mesmo conhecidos nas instituições que tratam destas coisas, como “a Câmara que nunca aparece”.

Anonymous

Texto deixado na Barbearia por um cliente

Viana do Alentejo assinala restauração do Concelho dia 13


No próximo dia 13 de Janeiro, Viana do Alentejo assinala mais um aniversário sobre a restauração do Concelho. Para assinalar a data, a Câmara Municipal vai entregar a medalha de honra do Município a duas instituições - CulArtes e Terra Mãe.

Viana do Alentejo assinnala no próximo dia 13 de Janeiro, mais um aniversário sobre a restauração do Concelho, passados que estão 114 anos.
Para assinalar a data, a Câmara Municipal de Viana do Alentejo vai proceder à entrega de medalhas de honra do Município a duas associações do Concelho que têm dedicado a sua vida à cultura e solidariedade social – CulArtes e Terra Mãe, numa cerimónia marcada para as 11h00, no Cine-teatro Vianense.

As comemorações terminam à noite, com um espectáculo pela Orquestra Planície, no âmbito do Projecto Teias – Rede Cultural do Alentejo, às 21h30, no Cine-teatro Vianense. Oriunda da vila de Redondo, a Orquestra conta no seu vasto repertório temas de Glenn Miller, ABBA, Dire Straits, Joe Coker, José Cid, Paulo de Carvalho e Vitorino.

Recorde-se que foi, precisamente, a 13 de Janeiro de 1898 que um movimento de âmbito nacional, encetado por António Isidoro de Sousa, restaurou o Concelho de Viana do Alentejo, extinto em 1895, pela reforma administrativa de João Franco e integrado no Concelho de Évora.

António Isidoro de Sousa, figura maior da história de Viana do Alentejo e um dos mais destacados reformistas do País do seu tempo foi, depois dessa data, Presidente da Câmara Municipal.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Semanada

http://wehavekaosinthegarden.wordpress.com/2012/01/03/pingo-doce-nunca-mais/

Esta semana foi marcada pelo Pingo Doce, o mais arrogante dos empresários portugueses foi apanhado a fugir para a Holanda e viu-se forçado a enfrentar o medo do boicote aos seus negócios. Desta vez o manipulador teve receio dos manipulados e tem-se desdobrado em manobras de propaganda, recorrendo a todos os meios e ao apoio das mais diversas personalidades, incluindo o primeiro-ministro que ajudou a eleger.

Se para o Soares dos Santos o seu Pingo Doce teve um sabor amargo, já para algumas das mais convictas personagens da direita a semana teve um sabor a doce, gente já cheia de dinheiro tem a oportunidade de ir mais uma vez fazer a sua colheita, desta vez à árvore das patacas da EDP, empresa que em boa hora o Passos Coelho democratizou com a ajuda do Partido comunista da China.

Um velho amigo do Pingo Doce, que até recorreu aos seus gestores para se reeleger Presidente da República ainda não veio a público defender o merceeiro, tal como no passado defendeu o banqueiro, mas não quis ficar para trás em matéria de doçarias e publicou em DR a recita dos doces do OE 2012 destinados a amargar a boca dos portugueses, excepto dos canalhas que se podem escapulir para a Holanda.

Texto "O Jumento"

sábado, 7 de janeiro de 2012

Prejudicial para a democracia é ter eleitos que não zelaram durante dezasseis anos pelos interesses do seu povo! 3

A pedido de vários clientes, resolvi também dar umas pinceladas aqui na Barbearia, porque o vereador da oposição, Sr. Estêvão Pereira, continua a assobiar para o lado e a fingir que os problemas que por aqui deixou não lhe dizem respeito, apesar de ter sido presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo durante dezasseis anos consecutivos.









Nada é mais prejudicial para a democracia e para o erário público, do que existirem presidentes de câmara durante 16 anos consecutivos que tendo conhecimento do rebentamento quase diário das condutas de abastecimeto de água, tal como as fotos da altura documentam, e depois ter a leviandade de em reunião de câmara  propor a efectivação de uma obra de requalificação urbana, com a colocação de um pavimento novo em cima de canos rotos, isto é, excluir assumidamnete qualquer intervenção em infraestruturas enterradas. Também não deixa de ser curioso o valor dos custos de obra apresentados, completamente absurdos, sem qualquer estudo ou estimativa orçamental que suportasse o seu discurso.

Vamos então ler a conversa do Sr. Estêvão Pereira, sobre a recuperação do Centro Histórico de Viana:
(…)”Quanto ao Centro Histórico de Viana, só agora há garantia de financiamento por parte do QREN e por isso só agora a obra pode ser anunciada. O custo estimado da obra é de aproximadamente um milhão de euros sendo a comparticipação comunitária de 50%. A obra consistirá em pavimentações no Centro Histórico e mobiliário urbano. Serão contemplados: o Largo de S. Luís, a Praça da República e a Rua Cândido dos Reis e se o financiamento ainda o permitir logo se verá o que mais poderá ser incluído”(…)
(…)”O senhor Presidente disse que nos locais que já referiu – Largo de S. Luís, Praça da República e Rua Cândido dos Reis – será feita a remoção total do pavimento, não irá ser colocado alcatrão e será colocado mobiliário urbano incluindo a iluminação artística do Castelo. Foi solicitado a um técnico da especialidade que apresentasse ideias para este efeito pois é um assunto que terá que ser amplamente discutido. É certo que não se vai mexer nem em águas nem em esgotos nem proceder ao enterramento de cabos eléctricos pois tal obra implicaria verbas na ordem dos cinco ou seis milhões de euros. Dadas as verbas existentes, optou-se por efectuar esta intervenção que é preferível a não fazer nenhuma”(…)
É bom lembrar de que à data deste discurso, não existia projecto e muito menos estimativa orçamental. Ou seja nessa reunião de Câmara o Sr. Estêvão Pereira estava a aventar umas contas ao ar acerca dos custos da obra, sem qualquer nexo para analfabeto ler.

Onde foi o Sr. Estêvão Pereira buscar aqueles cinco ou seis milhões de euros? Esta afirmação só pode revelar ignorância do assunto abordado e desconhecimento do trabalho que pauta um autarca competente.

Foi no presente mandato autárquico que foram elaborados os projectos de requalificação do centro Histórico de Viana, já se encontrando o concurso público lançado, com um investimento total previsto de aproximadamente 1 300 000€, onde se  inclui a substituição de todos os pavimentos e da maior parte das redes de abastecimento de água, rede de esgotos, simultaneamente se irão enterrar a rede de energia eléctrica e  de telecomunicações, abrangendo esta empreitada uma área muito superior ao Largo de S. Luís, Praça da República e Rua Cândido dos Reis.

O muito ausente vereador da oposição, de vez enquando, para marcar o território, aparece no seu ego-blogue  dando umas lérias, procurando reescrever a história, tal como diz o camarada Jerónino de Sousa, na esperança de que o povo tenha a memória curta.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Governo fez mais de 600 nomeações em seis meses

Faz hoje seis meses que o actual Executivo tomou posse. 618 pessoas foram nomeadas para os gabinetes ministeriais.


Nos primeiros lugares do ranking das nomeações estão, como seria de esperar, os dois 'super' ministérios da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e da Economia, Emprego e Obras Públicas.

Só Assunção Cristas e Álvaro Santos Pereira são assim responsáveis por 177 colocações desde que o Governo tomou posse. De acordo com os dados disponíveis ontem no portal do Governo, a Ministra da Agricultura lidera a lista das nomeações. Assunção Cristas nomeou 91 pessoas para trabalharem no seu ministério, nos últimos seis meses. Destas, 24 estão afectas ao gabinete da própria ministra, 10 são adjuntos/assessores, 3 exercem funções de secretariado e 2 são motoristas. Os restantes 67 funcionários foram colocados nas secretarias de Estado afectas ao ministério da Agricultura.

Em segundo lugar nesta lista está Álvaro Santos Pereira com 86 nomeações para o seu 'super' ministério da Economia, Emprego e Obras Públicas. São 30 os assessores nomeados em seis meses nesta tutela, 18 os adjuntos, 17 secretárias pessoais e 14 os motoristas.

Depois de Álvaro Santos Pereira está Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares, que nomeou 65 novos funcionários. O maior número de nomeações nesta tutela não foi para o gabinete do próprio ministro que se ficou pelas 15 colocações - entre os quais 9 são adjuntos/assessores -, mas sim para o gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto que nomeou 18 pessoas.

Nuno Crato, ministro da Educação surge em quarto lugar neste ranking com 53 colocações e em quinto lugar está Pedro Mota Soares, ministro da solidariedade.

Já no final da lista está o ministério da Justiça com apenas 13 nomeações em seis meses. Paula Teixeira da Cruz fez sete nomeações para o seu gabinete, o seu secretário de Estado também foi parco em nomeações, com apenas seis. Paulo Macedo também está no fim da lista com 25 nomeações no ministério da Saúde.

Estes dados constam no portal do governo. A criação de um site público para publicar as nomeações feitas pelos membros do governo foi umas das promessas de Passos Coelho.
Os números não são porém comparáveis aos dos governos anteriores já que as estruturas são diferentes, no entanto, o primeiro-ministro prometeu contenção nas nomeações e começou dando o exemplo e nomeando o Governo mais curto da história portuguesa.

Passos nomeou 11 motoristas para o seu gabinete

A ‘meio' da tabela está o próprio primeiro-ministro que fez 42 nomeações, entre as quais 11 motoristas e um elemento de apoio técnico, 11 assessores e 11 pessoas para o secretariado. O secretario de estado adjunto do primeiro-ministro nomeou por sua vez seis pessoas para o seu gabinete.

Vítor Gaspar colocou 46 pessoas no ministério das Finanças nos últimos seis meses, os mesmo que Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros. No ministério da Administração Interna, Miguel Macedo colocou 39 pessoas, e na Defesa, Aguiar branco, nomeou 30 funcionários.

Este Governo é formado ainda por três secretarias de estado com estatuto de ministério, que foram responsáveis por 37 nomeações. Francisco José Viegas, secretario de Estado da Cultura colocou 20 pessoas a trabalhar consigo; já na secretaria de estado da presidência do Conselho de Ministro foram nomeadas 11 pessoas. A estes somam-se os já referidos seis afectos ao secretario de Estado adjunto do primeiro-ministro.

Estes dados constam do portal do Governo, onde podem ainda ser consultados dados biográficos dos nomeados para os diversos cargos, tais como o nome, a idade, o vencimento bruto e o email para contacto.

Visto no "Económico Sapo"

Nada é mais prejudicial para a democracia do que a inexistência de uma oposição credível e responsável – 2

Foto sacada da capa do Boletim Municipal de Viana do Alentejo, edição de Dezembro de 2011

Pink Floyd: The Division Bell

No concelho de Viana do Alentejo a CDU/PCP está dividida em dois grupos antagónicos que só em período de aperto eleitoral a contragosto se juntam.

A operar neste momento está o grupo do chefe da comissão concelhia do PCP, sediada nos Paços do Concelho, onde no meio de umas fumaças em ambiente agreste e cafeina no café do lado, vai organizando os seus camaradas  neste período inter-eleitoral.

Junto deste grupo obreirista crepuscular, onde se utiliza preferencialmente papel, pincel e cola que o “mau tempo” descola, não se vê o “líder” da oposição, segundo dizem algumas pessoas não faz parte da genética deste ser colar os dedos nestas andanças, reservando alguma da sua energia no seu insípido papel de vereador da oposição, como lebre cansada e desmotivada que saltiteia apenas para exibir o jovem cartão do partido.

O pequeno grupo de militantes obreiros do PCP, refém que foi ficando ao longo do tempo da facção dos autoproclamados eleitoralmente elegíveis, cada vez menos tem “riscado” quando chega o momento de se designarem os principais candidatos pelas listas locais da CDU.

Apesar do actual ruído desmobilizador da maquinaria pesada a laboral na empreitada da Câmara, junto à Zona Industrial de Viana do Alentejo, para aqueles que vão passando sem auriculares, notam ao de leve o relinchar das rebarbadoras dos "cavaleiros do betão", preparando a cavalaria, para na hora própria, como ultimamente tem acontecido, “invadirem” e desbaratar as ideias dos oponentes coladores de cartazes, na habitual assembleia do PCP/Viana, onde se trancam as listas concorrentes aos diversos órgãos autárquicos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pingo Doce: pague aqui, eles pagam os (poucos) impostos lá

A Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce, anunciou hoje que a sociedade Francisco Manuel dos Santos vendeu a totalidade do capital que detinha no grupo à sua subsidiária na Holanda, mas mantém os direitos de voto.


Não se podia taxar os ricos porque eles fugiam, mas eles fogem na mesma. São estes os responsáveis pela crise. São estes os que mandam trabalhar os outros mas se piram com a massa. Esta é a gordura, é esta que temos de cortar. Uma Europa com sistemas fiscais diferentes não existe, é pura fraude.

E não se esqueça de continuar a comprar no Pingo Doce. Vá lá.

Visto no "Aventar"

domingo, 1 de janeiro de 2012

Kim Jong-un, o “Sol do séc. XXI”


Kim Jong-un, o “Sol do séc. XXI”, macrocosmo do microcosmo, “Todo o Sol do Alentejo” é o mais jovem líder mundial. Com 28 anos (ou 27, não se sabe ao certo), o “líder supremo” da Coreia do Norte encabeça a lista dos dez únicos chefes de Estado ou de Governo com idades inferiores a 40.

Num país com poderio nuclear, o "experiente" jovem Kim Jong-un assume o poder, por isso o reactivado Comité de Solidariedade para com a Coreia do Norte, iniciou uma campanha que tem como finalidade a geminação de Viana do Alentejo com a ilha norte-coreana de Yongmae.

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