quinta-feira, 15 de abril de 2010

A política dos porcos



"A política nutre-se da polémica: os vários interesses económicos, sociais etc., manifestam-se através de ideias e propostas em permanente colisão e negociação. Aristóteles, na sua obra Política, afirmou que “o fim da política não é viver, mas viver bem”. A ideia que temos de que a política é a luta constante pelo bem comum, pela justiça, o bom governo etc., remonta à tradição aristotélica, à filosofia política de Platão e ao pensamento cristão medieval. Esta maneira de conceber a política é prescritiva, isto é, indica o ideal (como deveria ser bom governo, uma sociedade justa e igualitária, etc

Esta é uma bela ideia que alicerça a acção de milhares de pessoas por este mundo fora. Militam em movimentos sociais, associações, sindicatos, partidos. São pessoas que nutrem uma utopia, dedicam a vida à construção de um ideal traduzido na busca incessante do bem-comum. Nem tudo é podridão no reino da política. Reconheçamos que, concordemos ou não com suas acções e ideias, ainda existem os idealistas, os que consagram boa parte do seu precioso tempo (pois que na vida, o que passou, passou!) à colectividade

Deixemos as chagas que a nossa sociedade alimenta momentaneamente de lado. Afinal, esse quadro sombrio, que teimamos em perpetuar, é, para muitos, natural, sem qualquer relação com a política. Voltemos ao idealismo dos que buscam o bem-comum na sua práxis política. Embora sejam imprescindíveis, esses homens e mulheres padecem de uma teoria ingénua sobre a política.

Se a política é essencialmente a oposição e luta entre interesses diferenciados e antagónicos, então, a ideia de política como a busca incessante do bem-comum é um projecto irrealizável nos marcos da própria existência da política.

Como nos ensinou Maquiavel, política é sobretudo a arte de conquistar, dominar e manter o poder político. "
....
Visto no Controleiro's Blog

Seja o primeiro a comentar

Enviar um comentário

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO