segunda-feira, 29 de março de 2010

Explosões no metro de Moscovo

"Radicais islâmicos do Norte do Cáucaso estão quase sempre no topo da lista de suspeitos de atentados à bomba que causam morte e destruição na Rússia. E isso é mais evidente quando o ataque é realizado por mulheres suicidas."


Multidão aglomera-se observando a movimentação de bombeiros em Park Kultury; presidente russo culpou separatistas da Tchetchênia pelos ataques

Médicos russos socorrem mulher ferida em frente ao metro Park Kultury; o socorro foi feito ainda na rua

"Os ataques desta segunda-feira contra o metro de Moscovo têm a marca das Viúvas Negras, segundo analistas. O grupo surgiu após uma série de conflitos separatistas na Chechênia, iniciados em 1991, com o desmantelar da União Soviética, e é formado por mulheres cujos maridos, irmãos, pais e outros parentes morreram em combate contra a Rússia. Os confrontos tiveram o seu auge em 1994, quando as forças russas invadiram o território e provocaram a morte de cerca de 100 mil pessoas. Nas suas ações suicidas, as viúvas, conhecidas como shakheedas, costumam se vestir de preto dos pés à cabeça e usam um cinto carregado de explosivos.

As Viúvas Negras começaram a ganhar notoriedade em 2002, quando estiveram presentes na tomada de um teatro em Moscovo por separatistas chechenos no meio da apresentação de um musical. A reação das forças especiais russas à operação terrorista levou à morte de 115 reféns e 50 rebeldes.

Em 2003, as viúvas realizaram um ataque durante um show de rock na capital russa que matou 14 pessoas. Um ano mais tarde, integrantes do grupo fizeram parte da invasão de uma escola primária em Beslan, na república federada russa da Ossétia do Norte. Na operação, morreram 334 reféns. Apenas um extremista sobreviveu.

Ao contrário de mulheres-bombas ligadas a grupos extremistas palestinos ou à al-Qaeda, que são glorificadas pela família, as Viúvas Negras não recebem apoio familiar e são consideradas pelos chechenos moderados uma vergonha. Muito mais do que a religião, o que move as mulheres-bomba da Chechênia é o desejo de vingança.

- A motivação é mais emocional. Diferentemente do mundo islâmico, a pressão religiosa não é tão grande na Chechênia. Não existe ambiente para glorificá-las como, por exemplo, nos territórios palestinos - disse Alexander Zhebit, doutor em História de Relações Internacionais e Política Internacional e professor da UFRJ. - As shakheedas trazem infelicidade para os clãs familiares, a base da sociedade chechena, que passam a ser investigadas e perdem até negócios - acrescentou.

Entretanto Zhebit acredita que a religião possa ter tido influência para determinar o dia para a realização do atentado em Moscou:

- A escolha da segunda-feira não deve ter sido casual, já que está começando a Semana Santa ortodoxa, que, este ano, coincide com a católica. Seria um desafio à religião predominante no país que, segundo os chechenos, causa opressão.

A ira chechena contra Moscovo remonta à época de Josef Stalin. Um programa soviético fez com a região fosse povoada por migrantes russos, que receberam benefícios para se mudar para a Chechênia. A medida gerou revolta entre os nativos. Para sufocar a resistência, Stalin enviou em 1944 cerca de 400 mil chechenos para a Sibéria e o Cazaquistão. Com a derrocada do Império Soviético, os chechenos retornaram ao seu berço e reforçaram a luta armada."


5 Comentários:

Anónimo disse...

Não consigo entrar no site da Câmara. Pede ai ao Bengalinha para resolver isso por favor e pede-lhe também para colocar o Plano e Orçamento deste ano.
Obrigado, um abraço.

Anónimo disse...

A transparencia é um bocado opaca pá. Aquela da gestão participada e do dialogo é tão verdade como a recuperação do Paço dos Henriques.

Anónimo disse...

Não percebo a agitação destes dois comentadores, por isso vou dar-lhes a receita de um deles, o camarada Estêvão.
Assim, para entrosar os munícipes com a vida da autarquia, nada melhor que discutirem estes assuntos nos locais próprios.
Quintas-feiras, dia de atendimento do Presidente; quartas-feiras, de 15 em quinze dias reunião da Câmara; cerca de 5 reuniões anuais da Assembleia Municipal.
Em alternativa podem dirigir-se aos passos do concelho e pedir essa e outra informação.
Tornar acessível, à distância de um clique, informação atempada sobre a actividade da Câmara, foi coisa que nunca existiu durante 16 anos
Penso que estes dois comentadores nunca deram por falta disso, e até devem ter vivido bem com esse procedimento.
Portanto Pá, o que estava bem não deve ser alterado!
Quanto ao Passo dos Henriques, por muitas figas que façam, as boas notícias irão chegar durante este mandato.

Anónimo disse...

Desde há muito que percebemos que a grande maioria dos comentários que vão aparecendo na nossa blogosfera, defendendo a vereação dramaticamente apeada em Outubro último, são da autoria do Dr. Estêvão Pereira. Este senhor mantém ainda dois blogues: o “Blog do Estêvão”, para a conversa supostamente “séria” e onde se dá ares de “dôtor”. E o “Portanto Pá”, para avacalhar e atacar o executivo actual, ao mesmo tempo que exalta e branqueia a memória e a “grande obra” do seu regime de dezasseis anos. O Dr. Estêvão está nesta cruzada praticamente sozinho, como aliás já esteve durante toda a última campanha eleitoral. Os próprios camaradas (será que ainda o são?) já não têm paciência para o aturar e responsabilizam-no, a ele, ao seu autismo político e a uma senhora cujo nome agora não me ocorre, pelo desastre eleitoral de Outubro.

Anónimo disse...

Ainda bem que daqui a 4 anos este comentário estará ainda muito actualizado, mudarão apenas as personagens obviamente. Já ninguem aguenta o ambiente "amigável" dos almoços nos 3 bicas com muitas discussões em voz alta que se ouvem em toda a sala.os eleitos vivem em grande harmonia...o que vale é que o destabilizador mor vai ser operado outra vez e enquanto estiver em recuperação os outros folgam os ouvidos.

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