terça-feira, 10 de maio de 2011

PSD quer a "privatização parcial do SNS"


Chico Buarque - Cálice

O advogado e antigo ministro socialista António Arnaut disse hoje que está convencido que o PSD, se for governo, adotará "uma política de liberalização do setor da Saúde" e de "privatização parcial do SNS" (Serviço Nacional de Saúde).

Embora não esteja "em condições de fazer uma avaliação exacta" do programa eleitoral dos socais democratas para a área da Saúde, por aquilo que já leu e ouviu e pelo que conhece do partido e do seu atual líder, Pedro Passos Coelho, o fundador do SNS julga que o PSD "tentará liberalizar o sector".

O PSD "vai tentar retomar a política de liberalização iniciada em 1990, por Arlindo de Carvalho, reiniciada, no governo de Durão Barroso, por Luís Filipe Pereira" e, "de algum modo, retomada por Correia de Campos" (ex-ministro de governos de Guterres e de Sócrates), disse à agência Lusa António Arnaut.

O ministro Luís Filipe Pereira "chegou a introduzir nos hospitais públicos a gestão do tipo das sociedades anónimas", mantendo-os, no entanto, com capitais públicos, recordou o antigo dirigente do PS, sublinhando que Correia de Campos, embora "de forma mitigada", também seguiu, "de algum modo, essa política".

A "tentativa de liberalização do sector da Saúde ou de privatização parcial do SNS, iniciada nos anos de 1990", foi no entanto "interrompida pelas oposições, pelos profissionais de Saúde e pelos utentes", salientou António Arnaut, prevendo que, agora, "toda esta gente" voltará a reagir, caso o PSD queira "impor uma lógica empresarial e neo-liberal" na área da Saúde.

"Há, de facto, uma corrente no PSD, porventura maioritária, que quer a liberalização da Saúde e a privatização parcial do SNS, deixando apenas um reduto para os mais pobres", mas também há, dentro do partido, quem apoie o SNS e se levante, se for caso disso, em sua defesa, acredita António Arnaut.

De resto, advertiu, "nada pode ser feito que descaracterize ou subverta o SNS", uma vez que "esta grande conquista da democracia portuguesa e de todos os portugueses" está consagrada na Constituição da República.

Visto no "DN"


2 Comentários:

Anónimo disse...

Para quê mudar? .............. 1 de 2

Ou são as bestas do PS ou são as do PSD, certo é que quando os repórteres se afastam são todos bons amigos. Quanto às bestas da CDU e do Bloco, essas elites iluminadas, na prática não contam para nada. Foram incompetentes a transformar o golpe de estado de Abril numa verdadeira revolução; foram incompetentes a acompanhar, entre outros, o processo da reforma agrária; foram incompetentes no processo de politização das massas - que continuam, convenientemente, umas bestas. Só foram mais ou menos competentes a tratarem das suas vidazinhas. Cobardes, numa de quanto pior, melhor, nem tiveram coragem de se sentarem à mesa com os homens do FMI. Bem ou mal, sempre teriam tentado defender os interesses do povinho. Povinho que diga-se de passagem, tem como principal objectivo, compreensivelmente, deixar de o ser. Por isso votam onde votam, querem um Mercedes como os outros e também desejam entrar na vila a cavalo.

As graves dificuldades que atormentam o País foram criadas pelos políticos de carreira que à volta dos partidos vão saltitando. Como acreditar que dessa gente, desses mesmos partidos possa agora vir a solução?
A acção da troika e o pacote de medidas (que todos concordam serem necessárias mas nenhum partido em trinta e tal anos teve a coragem de realizar), preparadas em escassas semanas, são um atestado de incompetência, em letras garrafais, a toda a classe política nacional.

Passos Coelho tem aquele aspecto lavadinho que o Sócrates tem, fala como o Sócrates e, como já se viu, mente como o Sócrates. Pior que isso, não tem os barões do PSD com ele e tem-se visto e achado para compor um programa eleitoral que, como não podia deixar de ser, é igual ao do PS - a listagem de recomendações do FMI.
Se Sócrates é da família daquele senhor que dizia que havia mais vida para além do défice (viu-se), Passos Coelho é da família do senhor que correctamente concluiu que o País estava de tanga, só que em vez de enfrentar a coisa como um homenzinho, deu à sola para Bruxelas. Deus os fez, Deus os ajuntou!

Anónimo disse...

Para quê mudar? .............. 2 de 2

Sócrates é um palhaço, mas um palhaço que esta democracia repetidamente aplaudiu. Diga-se em abono da verdade que tentou mexer como os juízes, professores e outras corporações que minam este País. Que apoio é que o PSD lhe deu? Sempre, mas sempre os interesses das corporações seguidos pelos interesses dos partidos, à frente dos interesses da Nação.

O PSD de Passos Coelho começou muito mal quando quis a qualquer preço abalançar-se à cadeira do poder, de uma forma algo irresponsável, aos olhos de boa parte da população. Esperou longamente que a coisa caísse de podre para conseguir escolher o pior momento para fazer cair o governo. Incompetência! E depois, porquê o Passos Coelho, que raios, não havia nesse grande partido ninguém mais credível para nos acudir numa hora destas? Porque não um maduro como o Rui Rio?
Sempre julguei que, a seu tempo, findo o ciclo PS, o PSD surgiria como uma alternativa sólida e credível para nos governar. Infelizmente não é isso que vai acontecer.

Passos Coelho e Sócrates foram colegas na JSD, pode-se dizer que cresceram na política, não se lhes conhece percurso profissional de relevo (para além dos esquemas que a política lhes tem proporcionado), ou qualquer tipo de obra, são apenas dois bons rapazinhos. Nas sociedades mais antigas cabia aos mais idosos traçar os caminhos e resolver as contendas. Portugal, neste particular momento precisa de mais que bons rapazinhos, precisa de homens maduros, com provas dadas através de percursos profissionais sólidos, homens que não naveguem à vista em função de calendários políticos quadrienais.
Sem maioria absoluta, não se me afigura que Passos Coelho, refém de um mais que duvidoso Paul Portas (submarinos e muitas outras nódoas), consiga afirmar-se como o nosso homem. Prevejo tempos muito conturbados, muitos PEC’s, renegociações da dívida e incumprimento.

Eu teria começado pelo incumprimento. Suspendia esta pseudo democracia durante seis meses, (créditos à Dra. Ferreira Leite), e avança com as profundas reformas de que este País necessita há décadas. Mas isso era eu, que não percebo nada de política.

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