El Pinocheo

O auto-suspenso vereador Estêvão volta a dar de sua graça após um período em que, no seu blogue oficial, de seu nome, o seu nome, nos deliciou com música e muito futebol.

Faz questão de sublinhar logo no primeiro parágrafo que isto dos blogues é coisa que não lhe tira o sono (embora já tenham ajudado a tirar-lhe outras coisas), subentendendo limitar-se a dar-lhes uma vista de olhos de vez em quando.

Num tom (quase) de estadista que lhe terá ficado doutros tempos, abre uns parênteses para mostrar que lá no fundo, no fundo é um de nós, mostrando que tem sentido de humor ao gracejar à volta das suas generosas formas. Ainda sobre os blogues, um pouco mais à frente, talvez por distracção, acaba por reconhecer que “tempos houve em que me faziam mais mossa”, enfim!

Feita a introdução atira a matar questionando o desaparecimento do Partido Socialista, na sequência da estratégia de colocar dentro do mesmo saco os Independentes, Socialistas, Sociais-Democratas, Comunistas e Outros que elegeram Bengalinha Pinto. Um remake do fraco argumento do filme estreado antes das eleições. Mau argumento, má realização, maus actores - não levou o Óscar.

Antes de se debruçar sobre o tema principal, os vis anónimos, insurge-se contra essa sua genial invenção, os Tudólogos e volta a bater no ceguinho, falando de forma depreciativa da Barbearia Ideal, é natural.
Contínua, referindo-se especificamente aos anónimos, dizendo que “enquanto as coisas continuarem neste pé, temos uma situação um bocadinho desigual”. Não percebo esta frase, as coisas sempre foram e vão continuar assim. É essa a forma da blogosfera funcionar e não me refiro à blogosfera do concelho, da região ou do País, é assim que os blogues funcionam no Mundo todo, que raio, ao fim deste tempo todo ainda não percebeu?

Depois, mais anónimos para aqui, anónimos para ali e quase a terminar diz: “o exemplo que estão a dar aos seus filhos é o de uma sociedade cobarde, e isso os deveria enojar enquanto pais e educadores”, etc, etc. Isto tudo para chegar onde lhe interessava. Demonstrar que no meio desta canalha toda é ele e só ele, o cidadão cumpridor, o autarca modelo, o pai exemplar, o esposo dedicado. É isso que está subentendido, não só neste texto mas em toda a linha editorial do seu blogue oficial, onde tenta passar uma imagem que não encaixa de forma alguma na realidade presenciada e vivida pelas pessoas que com ele privaram ao longo dos anos.

É verdade que com a sua vida privada ninguém tem nada a ver mas sinceramente, no que toca à educação dos meus filhos, dispenso consultas à distância. Quanto à sua vida pública já julgo ter alguma coisa a ver, atendendo às responsabilidades que o senhor teve na gestão dos interesses do concelho e especialmente quando o vejo esforçar-se para vestir a pele da ovelha, batendo uma vez mais na tecla da vitimização, num processo que se adivinha de reciclagem.

Custa-me principalmente vê-lo neste papel de santo, armado em cara de pau, tentando fazer crer às pessoas que não faz comentários anónimos, nunca fez, nem nunca faria canalhices desse género. Custa-me porque sei que não é verdade. E nem é preciso estar com grandes artifícios tecnológicos para o provar. É conhecida a peculiar forma de arrumar os pensamentos na escrita que o queixoso tem, são inúmeros os exemplos conhecidos. A escrita de cada um de nós é uma espécie de impressão digital, através dela o leitor atento, instruído pelos muitos textos disponíveis da sua autoria, apercebe-se facilmente de muitos dos comentários que o seu punho redigiu.

Finalmente, os blogues de grande nível, amigos do cidadão Estêvão, o Tal Viana, o Parte no Caixote e o Portanto Pá, esses sim, são ou foram os grandes instrumentos de promoção do anonimato na blogosfera concelhia. Deles nunca se conheceu o dono, neles nunca se viu sequer um poste assinado.

Um Anónimo Porque Sim !!!

Entregue em mão na Barbearia.