domingo, 14 de agosto de 2011

Um caso de dupla personalidade


Passos Coelho, enquanto líder do maior partido da oposição recusou viabilizar o PEC IV, com a justificação de que não era aceitável impor mais sacrifícios aos portugueses. A consolidação das contas públicas, dizia então Passos Coelho, tinha que passar pelos cortes na despesa do Estado, para ele, demasiado "gordo".

Empossado como primeiro-ministro, o mesmo Passos Coelho descobriu um "desvio colossal" nas contas públicas, desvio que, garantiu, seria colmatado com medidas pelo lado da receita (1/3) e com cortes na despesa (2/3).

Ficámos hoje a saber (12/08/2011), durante a entrevista dada pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, à TVI que, afinal, não vai haver corte nas "gorduras" do Estado. Todo o esforço para se atingir o défice acordado com a troika para o corrente exercício (5,9%) vai ser feito pelo lado receita, com aumentos "colossais" nos impostos (sobretaxa extraordinária que leva 50% do subsídio de Natal, IVA, para já, sobre a electricidade e sobre o gás, a saltar de 6% para 23%) com aumentos brutais nos transportes públicos e o mais que adiante se verá. Gaspar, apresentado como um "geniozinho", foi hoje incapaz de enunciar uma única medida com algum significado pelo lado da despesa.

Ou seja, o que ontem era intolerável para Passos Coelho (mais sacrifícios) é, com ele a governar, o pão nosso de cada dia.
Quer isto dizer o quê ? Que Passos Coelho, ao dizer uma coisa e ao fazer o seu contrário, não passa de um aldrabão ?

Não creio. Antes me parece que estamos perante um caso sério de dupla personalidade: Passos diz, Coelho faz, ou vice-versa e, pelos vistos, não dão cavaco um ao outro.


5 Comentários:

Anónimo disse...

Mal por mal, antes o Pombal.

Anónimo disse...

O que ai não faltam são politicos de meia tijela com dupla personalidade. O Bengas dantes era só sorrisos, aparecia em tudo o que eram festas, pagava copos a toda a gente, estava nos bares com a rapaziada. Agora anda pelas travessas e foge das pessoas que chama chatas e que não sabem respeitar a sua privacidade. Será que estamos perante um Bengalinha bipolar?

Anónimo disse...

Temos então que desta vez a amiba elegeu o senhor Bengalinha para destilar a sua baba venenosa.

Sabe, quem mora aqui por baixo, vê passar o nosso presidente cedinho para a câmara, a mais das vezes a pé e cumprimentando as pessoas. O regresso ao fim do dia costuma ser para o tardio, sendo os serões e fins-de-semana de labuta mais que muitos. Chama-se a isso empenho e trabalho, não sei se sabe o significado das expressões? Não confunda com emprego ou tacho! Estou certo que há muita gente na câmara, especialmente na secretaria, que pode confirmar não só as minhas palavras, mas também o facto do ambiente estar muito melhor e de os diversos serviços estarem finalmente a serem devidamente estruturados. Estas coisas levam tempo e nem sempre correm bem à primeira, tem a ver com a nossa condição humana. Com a quantidade de responsabilidades que a população deste concelho delegou no senhor Bengalinha, é natural que não tenha a disponibilidade para os copos de outros tempos.

Não sei se é deste planeta mas aqui na Terra estamos actualmente a atravessar uma imensa crise, os tempos das vacas gordas gozou-os a anterior gerência. Infelizmente com poucos resultados práticos no que tocou à implementação de projectos estruturantes, deram antes um forte contributo para a bolha do imobiliário que agora nos explodiu na cara e para o aumento do défice do País. Actos de gestão danosa como foi, por exemplo, a construção das piscinas de Alcáçovas, são bem um exemplo disso. Compreende-se pois que o nosso homem vá a menos petiscos ou mesmo que o seu semblante, por vezes, esteja um pouco mais carregado.

Porque se preocupa e foi para isso que a população deste concelho o elegeu.

olho vivo disse...

Passos Coelho e os impostos que devem descer, perdão, subir, perdão, descer, perdão, subir…

Pedro Passos Coelho e o zigue-zague dos impostos:
A 14 de Outubro de 2010 chegava o aviso: "impostos que sobem, nunca mais descem".
A 21 de Março 2011: A descida dos impostos era obrigatória, por que Portugal "tem uma carga excessiva".
A 24 de Março 2011: Passos Coelho defende aumento de impostos, em Bruxelas. Os deputados dos PSD não gostam da ideia
A 5 de Maio de 2011 (a um mês das eleições): Passos Coelho garante que não vai aumentar os impostos e que isso é uma invenção do PS.
A 11 de Maio: Passos Coelho, no twitter, aumento de impostos assinado com troika é suficiente.

Se falasse aqui em todas as declarações de Passos Coelho, nos últimos meses, sobre impostos os caracteres não chegavam.

Visto em “Correio Preto”

Anónimo disse...

E quando já nos tiverem levado todo o sangue das veias? Como é que vai ser?

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