sábado, 13 de abril de 2013

Os Tempos que Correm


A amargura de Maria do Céu Guerra:

"Não sei se este é o meu último espectáculo. 

A amargura com que vou estrear este belo texto de Nascimento Rosa – nonagésima produção da Barraca no seu trigésimo sétimo ano de trabalho ininterrupto – não é suportável nem admissível. 

Nenhum governo tem o direito de ser tão desproporcionado nas suas medidas e tão arbitrário nos seus fundamentos. Depois do nosso trabalho ter viajado no País, na Europa e fora dela recolhendo distinções especiais e um carinho que estes funcionários de quem depende a sobrevivência de companhias como esta estão longe de saber o que é.
Vemos que os Comissários de Cultura que gastam na administração dos seus sumptuários gabinetes ,nas consultas jurídicas que lhes respaldem os embustes e nas embaixadas milionárias em que transportam coisa nenhuma, a grande parte do orçamento que têm para administrar e fomentar a Criação Artística, aguardam ansiosos que A Barraca dê o seu último suspiro. 

Estamos num país de Inveja e Histórica Mediocridade. Por que razão seria agora diferente? 

Desviam-se os olhos do vizinho que jáz no passeio , na pressa com que estamos de chegar ao conforto do lar. 

Como disse Sttau Monteiro “ um país onde se cortam as árvores para que não façam sombra aos arbustos”.

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