terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dinheiro da troika «não foi para pagar salários e pensões»

O professor de Economia José Maria Castro Caldas disse em em Coimbra (2012-06-01), que o dinheiro emprestado pela troika a Portugal «não foi para pagar salários e pensões», mas para pagar a credores.
  
«É falso que sem aquela ajuda não havia dinheiro para pagar pensões e salários aos funcionários públicos até final do ano» de 2011, sublinhou o docente e investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.
 
Portugal não tinha dinheiro para «amortizar a dívida pública que vencia nessa altura e a ajuda da troika veio para pagar aos credores, exceto 13 mil milhões de euros» destinados a «recapitalizar a banca» portuguesa, sustentou o economista, citado pela Lusa, ele que falava, em Coimbra, num debate promovido pela Auditoria Cidadã à Dívida Pública Portuguesa (IAC).
 
«Existem ideias feitas sobre a dívida» de Portugal que «não correspondem à realidade», frisou Castro Caldas, considerando que «a maioria das pessoas acredita que os 78 mil milhões de euros da troika eram para pensões e salários».
 
Discordando de alguns participantes no debate, que defenderam que a dívida pública portuguesa não deve ser paga, Castro Caldas disse que «há uma parte da dívida» que deve ser paga, designadamente, ao Fundo de Segurança Social, aos pequenos aforradores que investiram em Certificados de Aforro e à banca portuguesa.
 
Uma parte da dívida não deve ser paga, como a que resulta de «contratos ilegítimos» e «a outra parte deve ser renegociada», advogou.
 
Olinda Lousã, sindicalista e membro da IAC, considera, igualmente, que Portugal deve apenas «renegociar a parte legítima da dívida», mas antes, advertiu, é necessário saber qual é essa parte e apurar a dívida ilegítima.
 
«O futuro não se resolve com esta austeridade cega», salientou.
 
O músico Manuel Rocha também entende que a dívida pública deve ser renegociada e de forma a permitir que o país «possa ter desenvolvimento económico», investindo nas pequenas e médias empresas e na exportação e «tributando os bolsos onde há dinheiro».

Visro em "Agência Financeira"
 

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